Reforma Universitária: Haddad adimite retirada de regime de urgência

O Projeto de Lei da Reforma Universitária pode deixar de tramitar em regime de urgência no Congresso Nacional. Quem afirma é o ministro da Educação, Fernando Haddad. Segundo o ministro, existem pontos que precisam ser desenvolvidos e outros que geraram polêmica. "Há questões que precisam de amadurecimento, sobre as quais não houve consenso", afirmou Haddad, citando o financiamento dos hospitais universitários.

O ministro destacou que um dos objetivos da Reforma é superar a contradição entre educação básica e superior. "O governo não pode escolher entre um e outro, mas precisa privilegiar ambos. É como perguntar a um médico se ele é a favor do atendimento básico ou de alta complexidade". Com tantas dúvidas, Haddad não acredita que a proposta será votada em 2006.

A possibilidade levantada pelo titular da pasta de Educação causou descontentamento entre os militantes da União Nacional dos Estudantes (UNE). A entidade foi uma das responsáveis pelo pedido de inclusão do caráter de urgência para o projeto da reforma. O presidente da UNE, Gustavo Petta, acredita que a proposta precisa ser aprovada o quanto antes porque traz avanços no sistema de ensino superior, se comparada ao sistema vigente.

O líder estudantil afirma que a UNE continuará mobilizada para que a reforma não perca a urgência constitucional e seja votada ainda este ano. "Sabemos que o período eleitoral pode prejudicar a tramitação, mas também sabemos que o lobby dos tubarões de ensino, dentro do Congresso, tem forte influência nesse processo. Eles não querem um projeto que, entre seus principais pontos, regulamenta seus latifúndios educacionais".

Fonte: Folha Dirigida