Assufrgs realizou seu I Encontro de Saúde no dia 22 de agosto

Com o objetivo de avaliar e buscar soluções para a saúde e o ambiente de trabalho dos servidores da Ufrgs e da FFFCMPA, a Assufrgs realizou nesta terça-feira, dia 22, o seu I Encontro de Saúde. Durante todo o dia, uma platéia atenta ocupou o auditório da Faculdade de Direito.
 
A coordenadora geral da Assufrgs Márcia Tavares abriu o encontro. Participaram da mesa de abertura o vice-reitor Pedro Fonseca, a pró-reitora de Recurso Humanos, Maria Adélia Pinhal de Carlos, o prefeito do Campus Vale, Rui Muniz, o coordenador de Saúde e Segurança do Trabalhador, João Batista da Silva, e a representante da Adufrgs, professora Marilene Schmarczek.
 
No primeiro painel sobre Saúde Pública, a vice-presidente do Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (Simers), a dra. Maria Rita de Assis Brasil, apresentou um panorama do Sistema Único de Saúde (SUS). Avanços, problemas, falta de recursos e o movimento em defesa do SUS foram alguns dos temas tratados. “Saúde é dever do Estado e um direito do cidadão. Esta é uma luta fundamental. O SUS precisa dar muito mais certo”, defendeu.
 
Mudança de cultura
 
Na segunda mesa da manhã, o superintendente de infra-estrutura da Ufrgs, Darci Campani, e a juíza do Trabalho Magda Biavaschi falaram sobre Ambiente e Relações de Trabalho.
 
Campani falou sobre a implantação da gestão ambiental na Universidade. Segundo ele, é preciso uma mudança de cultura tendo em vista a importância de preservação do meio ambiente. “Não podemos pensar a saúde individual sem pensar na saúde coletiva. Se na Ufrgs forem jogados resíduos químicos nas pias, isso irá afetar a saúde pública, pois esse resíduo irá diretamente para o nosso rio. É preciso pensar no todo. Somente com um sistema de gestão vamos resolvendo estes problemas”. Campani destacou que a Assufrgs foi a única entidade que indicou uma pessoa para o curso que formou 33 gestores ambientais este mês.
 
A juíza Magda Biavaschi iniciou destacando que a Constituição de 1988 é muito interessante, pois buscou formar um Estado social, tendo como pilar a dignidade do ser humano. “Mas essa moldura está sendo desconstruída ao longo do tempo. Hoje nós temos um abismo entre o que está na Constituição e o que ocorre no mundo do ser: uma brutal redução de direitos e a precarização do mundo do trabalho”, concluiu.
 
A dra. Magda deu uma verdadeira aula de história, economia e política. Apresentou exemplos de outros países para explicar a atual situação do país. Segundo ela, 60% da mão-de-obra no Brasil está na informalidade, sem qualquer direito social. O capital desregulado tem como conseqüência a perversidade. “O bicho precisa ir para a gaiola”, brincou. “Regular o capital é colocar o bicho (capitalismo) na jaula, senão é a guerra.”
 
A juíza também falou sobre a terceirização. Na sua opinião, esta é perversa em relação à saúde do trabalhador. “Não há uma norma que assegure a solidariedade. A terceirização no serviço público tem reflexo direto na saúde”, alertou.
 
Diagnóstico de saúde
 
Na parte da tarde, foi apresentado o Diagnóstico de Saúde e Ambiente de Trabalho na Ufrgs realizado pela Assufrgs. Com base nas informações, os participantes do encontro se reuniram em grupos para avaliar a situação e levantar propostas.
 
Na plenária final foram aprovadas todas as propostas em bloco, com exceção da questão referente ao Plano de Saúde, que será novamente tratada em um encontro específico. A coordenação de Saúde está fazendo a sistematização das propostas e divulgaremos em breve, assim como, o diagnóstico completo.