Movimentos sociais distribuíram manifesto no Dia Nacional de Luta

Milhares de militantes dos movimentos sociais tomaram as ruas das principais capitais do país desde as primeiras horas desta quinta-feira, 19, Dia Nacional de Luta, para distribuir o manifesto "Com Lula, para derrotar a direita nas ruas e nas urnas".

"Foi um dia especial, onde a militância comprometida com o projeto político do presidente Lula deu o seu aporte de forma voluntária e solidária, realizando mutirões e brigadas nas escolas, fábricas, praças e estações de trem, ônibus e metrô para conquistar o segundo mandato e avançar nas mudanças", declarou Antonio Carlos Spis, membro da executiva da CUT e da Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), informando que mais de meio milhão de manifestos chegaram às mãos da população.

Além da panfletagem, em várias capitais ocorreram abraços simbólicos ao patrimônio público, como no Rio de Janeiro – em defesa da Petrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal – e em Curitiba – em defesa da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel).

Amplitude

Junto com a CMS, que reúne entidades nacionais como a CUT, UNE e MST, esclareceu Spis, estiveram nas ruas dirigentes e militantes das Assembléias Populares, Via Campesina, Luta Contra a Alca e o Grito dos Excluídos, ampliando a frente contra o retrocesso. "Temos a confiança que com Lula reeleito e a sociedade mobilizada vamos consolidar um projeto popular, nacional e antineoliberal, com mudanças na política econômica que tenham como foco a distribuição da riqueza e o fortalecimento do Estado como impulsionador do desenvolvimento, com aportes mais consolidados nas áreas sociais", destacou.

Na avaliação do presidente nacional da CUT, Artur Henrique, a conjuntura impôs ao conjunto do movimento sindical e social que entrasse com tudo nessa disputa de projetos para a sociedade brasileira. "Estamos hoje nas ruas para defender a reeleição, como estivemos ontem para impedir as várias tentativas de desestabilização, garantindo a democracia, e como estaremos presentes sempre para pressionar o governo para aprofundar as mudanças", enfatizou.

Para Artur, "é preciso cada vez mais que o povo ocupe o seu espaço, pois a volta do PSDB-PFL, articulada pela grande mídia, representaria o retorno do privatismo, da política de entrega do patrimônio público e de perseguição aos direitos sociais e trabalhistas".

Mobilização

Segundo o coordenador de Mobilização da Campanha Lula e secretário de Relações Internacionais da CUT, João Antonio Felício, o crescimento das intenções de voto no presidente reflete um acúmulo de consciência da população sobre o que representou o desgoverno tucano de FHC, no Brasil, e de Alckmin, em São Paulo. "Fernando Henrique foi sincero quando defendeu a privatização da Petrobrás, embora os tucanos nunca tenham escrito sobre isso abertamente. Eles nunca escrevem, mas sempre privatizam. Covas quando era governador chegou até a mandar carta aos funcionários do Banespa, assinada, se comprometendo a não privatizar o banco. Logo depois entregou para o grupo espanhol Santander. Então esse carimbo de privatistas está muito bem colocado. Mas não é só. Temos de colocar na testa deles, também, o de exterminadores de direitos, pois foi o que tentaram fazer quando propuseram adulterar o artigo 618 da CLT para retirar o 13º, as férias e a licença-maternidade", denunciou Felício.

O documento deixa claro que o país vive um momento de definição, onde a direita, "representada pelo PSDB-PFL e os meios de comunicação" busca manipular a opinião pública. Mas, "por mais que tentem temperar o chuchu, o cardápio é o mesmo: Geraldo Alckmin é mais de FHC, das privatizações, dos vampiros, do arrocho e do desemprego".

Conforme o manifesto dos movimentos sociais, "Geraldo é o candidato do apagão, da dengue, da corrupção da Nossa Caixa e no CDHU, da submissão à Alca, da desnacionalização da Companhia Vale do Rio Doce. Em São Paulo, foi ele quem dirigiu as privatizações, doou o Banespa, multiplicou os pedágios e entregou nossa energia elétrica aos americanos. Por que a reação histérica quando é denunciado por querer privatizar a Petrobrás, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal?"

Como conclui o manifesto, "hoje, ao contrário do desastre neoliberal, temos a possibilidade real de aprofundar as mudanças, colocando uma pá de cal nos representantes do passado. A vitória de Lula abre caminho para que possamos seguir unidos, lutando por mudanças reais rumo a um futuro de progresso, justiça e liberdade. Com a luta e organização do povo, derrotar a direita de novo!"

Fonte: Leonardo Severo/Agência CUT