“Saúde é uma prioridade estratégica”, destaca Jussara Cony em debate

A candidata a vice-governadora da Frente Popular, Jussara Cony, foi a única a comparecer ao debate organizado pelo Conselho Estadual de Saúde do RS nesta quinta-feira, no Auditório do DAER.

Com o objetivo de conhecer as propostas das candidaturas ao Governo do Estado, o Conselho Estadual de Saúde (CES/RS) promoveu um debate nesta quinta-feira. “Pretendemos analisar as proposições dos candidatos e avaliar se as mesmas condizem com as demandas da população gaúcha, principalmente no que diz respeito ao acesso e a qualidade do SUS”, salientou a presidente do CES, Maria Helena Lemos da Silva.

Coordenada pela vice-presidente Beatriz Kunkel e pelo conselheiro Leonildo Mariani, a mesa do debate só contou com a representante da Frente Popular. Beatriz salientou que respeitando a decisão da Plenária da CES não foi aceita outra indicação se não do candidato a governador ou seu vice. Segundo ela, a Coligação por um Rio Grande Afirmativo alegou não ter agenda para comparecer ao encontro.

A plenária ouviu atenta a exposição inicial da candidata Jussara Cony que apresentou as propostas da Frente Popular. “Saúde é uma prioridade estratégica para qualquer projeto comprometido com o desenvolvimento e a inclusão social”, destacou Jussara. Segundo ela, a Frente Popular tem um projeto de futuro que só poderá ser realizado com diálogo. “É preciso discutir com a sociedade a aplicação dos recursos públicos, pois somente com muito diálogo vamos conseguir sair da crise.”

Formada em Farmácia pela UFRGS, Jussara participa a muitos anos da luta por uma saúde pública e de qualidade. Esteve junto de muitos lutadores na criação do SUS. E salientou que nas duas últimas gestões como deputada estadual votou contra o Orçamento do Estado devido ao descumprimento da lei que garante 12% da receita para a Saúde. “Vamos iniciar o próximo ano com R$ 275 milhões a menos na Saúde.”

Planos de Carreira

Jussara também defendeu a importância de Planos de Cargos, Salários e Carreira que garantam a qualificação dos servidores para o SUS. Segundo ela, os profissionais da saúde são formados para o sistema privatista e não para um sistema coletivo e universalista. “Além disso, não dá para ter salários e cargas horárias diferenciadas entre os servidores municipais, estaduais e federais.”

A candidata também lembrou de várias ações do Governo Olívio para a área da Saúde, como, por exemplo, a aplicação de 10,6% da receita na saúde e a descentralização da gestão do SUS. “O governo Olívio deu condições para uma gestão plena do SUS. Hoje, por falta de entrosamento e disputas mesquinhas em época de eleição a gestão do SUS está emperrada e não temos aproveitamento do dinheiro que vem do governo federal”, salientou, frisando a importância de existir uma integração dos projetos do Estado e do país.

Debate disputado

Muitas foram as perguntas à candidata que procurou responder a todas. Mortalidade infantil, municipalização, formação profissional, políticas para DST/Aids, controle social, privatizações, saúde do trabalhador, saúde da mulher, programas específicos para etnias, fortalecimento dos laboratórios, ciência e tecnologia, merenda escolar, casas da solidariedade foram alguns dos temas tratados no debate.

Jussara não fugiu a nenhum assunto e reforçou a visão estratégica da saúde para o desenvolvimento, a inclusão social e a qualidade de vida, pilares do projeto da Frente Popular. “Gerir saúde não é administrar empresa. Eu queria muito ter feito este debate com o meu oponente (Paulo Feijó, vice da candidata Yeda Crusius) para deixarmos bem claras as diferenças de um projeto para a saúde sob a ótica do SUS e um com a visão da privatização da saúde.”

Por Katia Marko