Servidores estaduais já pensam em paralisações

 A governadora Yeda Crusius admitiu nesta quinta-feira que pelo menos 10% dos servidores estaduais não receberão a totalidade dos salários no mês de março. O parcelamento deve atingir 33 mil funcionários que recebem acima de R$ 2,4 mil, que terão parte dos vencimentos pagos somente entre 10 e 15 de abril.

A regra vale para pensionistas do IPE, para as secretarias estaduais, autarquias e fundações de direito público. O anúncio desagradou, por exemplo, a Associação dos Delegados de Polícia (Asdep) e a Associação dos Oficiais da Brigada Militar (AsOfBM), que não descartam paralisações e ações na Justiça para reverter a decisão.
A governadora alega que o Estado teve baixa arrecadação de ICMS no mês de março, perto do patamar de fevereiro, que foi de R$ 901 milhões. O valor é cerca de 5% menor em relação ao mesmo período de 2006, e não haveria previsões de melhoria no cenário.

"É uma notícia que não é boa, mas que nos faz persistir naquilo que nós sempre dissemos que precisava ser feito. É o ajuste fiscal, o ajuste das finanças públicas de modo estrutural. Em março, enfrentamos esta realidade, e nas nossas previsões não há o que esperar de mudanças substanciais em abril, maio. Mas nós vamos atrás de recursos para honrar a folha de pagamento e os empenhos que nós fizemos", disse.

Outra categoria que está anunciando paralisações é a dos professores estaduais. Em nota, o Cpers/Sindicato anunciou que, caso a governadora atrase os salários da educação, um dos menores do Estado, a categoria pára as atividades.

Na próxima quarta-feira, o Cpers fará um dia de paralisação para cobrar soluções à falta de profissionais nas escolas e ao atraso nos repasses de verbas, o que já é motivo de protestos em escolas do interior. A secretária estadual de Educação, Mariza Abreu, afirmou que fará remanejo de profissionais para resolver o problema. De acordo com a própria secretaria, há carência de cerca de 300 professores em todo o Estado.

Fonte: Agência Chasque