Não a Emenda 3 leva trabalhadores gaúchos às ruas

A CUT – RS liderou na manhã de ontem (10), dia nacional de lutas, uma grande caminhada que levou às ruas de Porto Alegre, centenas de trabalhadores dispostos a brigar por seus direitos e lutar contra a Emenda 3. Munidos de bandeiras, faixas e muita garra, os companheiros e companheiras marcharam da praça Pinheiro Machado, até o prédio da Federasul (Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul), à rua Júlio de Castilhos, centro da cidade, onde protestaram contra a Emenda 3 e a posição dos empresários em relação ao piso regional.

A Emenda 3 prevê que o auditor fiscal perca o poder de definir se há relação de trabalho entre uma pessoa física e empresa. De acordo com a proposta, somente a justiça poderá estabelecer se há relação de trabalho ou de prestação de serviços entre pessoa física, empresa e pessoa jurídica.

Se o veto aposto pelo presidente Lula contra a Emenda for derrubado os direitos trabalhistas serão extintos, será o fim do 13° salário, Fgts, licença maternidade e férias.

Em pronunciamento o presidente da CUT-RS Celso Woyciechowski, afirmou que o país não pode se dobrar aos interesses do capitalismo e a agressão desenfreada aos direitos dos trabalhadores. Celso alertou que o interesse dos patrões é realizar as reformas sindicais, trabalhistas e previdenciárias, as quais estão contidas em três linhas da Emenda 3.

O líder cutista, destacou também que a CUT não vai admitir que a contratação de trabalhadores seja feita por nota fiscal, segundo ele, isso significaria rasgar todos os direitos conquistados com muita luta. “Não somos um bloco de notas fiscais, se os patrões têm o poder das verbas nós temos o poder das lutas e das mobilizações. Essa emenda não vai passar” completou.

A caminhada se estendeu até o prédio da DRT (Delegacia Regional do Trabalho), localizado na avenida Mauá. Na manifestação, a CUT protocolou um documento onde coloca a posição da Central em relação à Emenda 3 e também reivindica realização de concursos públicos para a contratação de fiscais e uma melhor qualificação e valorização dos serviços e servidores públicos. O documento foi entregue em mãos a Neuza de Azevedo, delegada regional do trabalho.

Na tarde de ontem ocorreria uma reunião em Brasília entre representantes das centrais sindicais e os ministros da fazenda, Guido Mantega; do trabalho, Carlos Lupi; e da Previdência Social, Luiz Marinho, para definir como será a continuidade das manifestações. Os trabalhadores aguardam o resultado da reunião.

Por: CUT – RS