Governo Lula tenta enfraquecer greve do Ibama

Mal a greve do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) começou e os trabalhadores sofrem o primeiro golpe na tentativa de enfraquecer o movimento. Agindo rápido, o governo conseguiu liminar que obriga entidades representativas do setor a manter 50% dos funcionários trabalhando durante a greve. Caso não cumpram a determinação, as entidades estão sujeitas a multa de R$ 5 mil por dia de paralisação.

A Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal) vai recorrer da decisão. Acostumada aos obstáculos, à entidade critica a ação da Justiça. Para o diretor Pedro Armengol, o governo desprezou mais uma vez o espaço de negociação optando pela retaliação ao legitimo direito de greve da categoria. Apesar dos problemas, os servidores dão sinais de que não vão se intimidar. A partir de terça- feira (15), foi a vez da Cultura parar, engrossando a greve.

Em reunião na tarde de segunda-feira (14) com o presidente do Ibama, Bazileu Margarido Neto, a Condsef avisou que não irá aceitar negociar enquanto o governo estiver disposto a recorrer à Justiça para interromper o movimento. Discordando do “atalho” usado pelo governo para resolver a questão, a entidade pretende discutir na instância da Justiça o direito dos servidores do Ibama.

A Condsef explica que diversas categorias estão motivadas a aderir à paralisação pelas constantes ameaças que vêm sofrendo os servidores públicos. Propostas como a do PLP 01 (Projeto de Lei Complementar), que podem limitar investimentos públicos pelos próximos dez anos, estão entre os eixos centrais da greve.

O PLP é apontado como principal ameaça a acordos e compromissos firmados entre servidores e governo de 2005 até hoje. A discussão sobre isonomia nos Três Poderes, levantada pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva como necessária para recuperar o serviço público brasileiro, também estaria comprometida.

Greve dos servidores federais

Além disso, para a Condsef, a ameaça ao direito de greve dos servidores é outro ataque grave que precisa ser combatido. Para a Confederação a greve seria evitada se o governo respeitasse os espaços de negociação criados para dirimir conflitos. A entidade ressalta que a categoria recorre a movimentos grevistas quando não restam meios para negociar o que prejudica e ameaça os servidores.

Fonte: Condsef.