Servidores paralisam atividades e movimentos fecham rodovias

Na manhã desta quarta, 23, dia em que movimentos sociais e sindicais convocaram uma jornada conjunta de luta contra a política econômica do governo e ameaças de flexibilização de direitos trabalhistas, várias categorias paralisaram as atividades e houve bloqueios de estradas em pelo menos cinco estados.

Em São Paulo, militantes ligados ao MST, estudantes, trabalhadores da construção civil e metalúrgicos bloquearam as rodovias Campinas – Monte Mor, Campinas – Paulínia e Anhanguera, na região de Campinas (80 km da capital). Segundo os movimentos, a tropa de choque acompanhou as manifestações, mas não houve confronto. Na região de São José dos Campos, os trabalhadores da GM, Phillips, Embraer e Petrobrás paralisaram as atividades e bloquearam um lado da via Dutra, na altura do km 137.

Ainda em São Paulo, na Baixada Santista cerca de 150 manifestantes do MST, MTST, (movimento dos trabalhadores sem teto), militantes do Sindicatos dos Bancários de Santos e Região, dos Metalúrgicos e dos Petroleiros, fecharam a pista da Anchieta no sentido Santos-São Paulo, bloqueando também o acesso à Imigrantes rumo a capital e outros importantes acessos viários ao Porto de Santos e indústrias locais. As vias ficaram paralisadas por quase 3h, o que causou um congestionamento de cerca de 20 km na região. Os acessos à Cosipa e ao pólo petroquímico, na rodovia Piaçaguera-Guarujá, também foram trancados. Por volta das 9h15, os trabalhadores que estavam na Anchieta saíram da rodovia logo que a Tropa de Choque da Polícia Militar chegou. Os manifestantes, que consideraram ter até superado os objetivos e expectativas iniciais da mobilização no local, se retiraram pacificamente em poucos minutos, diante da demonstrada disposição da PM em utilizar balas de borracha, bombas de gás e spray de pimenta contra o grupo.

No Rio de Janeiro, houve bloqueios na BR 393, na altura de Dorândia, em Barra do Piraí, na BR 101, na altura de Cardoso Moreira, e na BR 356, na altura de Morro do Coco.

No Sul, cerca de 300 militantes do MAB também ocuparam a ponte entre os municípios de Campos Novos (SC) e Barracão (RS), na BR 470,

Em Sergipe, cerca de 1500 trabalhadores rurais fecharam a BR-101 (a 85 km da capital). Na região metropolitana de Aracaju, 500 Sem Terra bloquearam uma estrada estadual, e na região do Alto Sertão sergipano, 2500 camponeses trancaram uma via estadual.

Em Pernambuco, militantes do MST bloquearam 12 rodovias no estado – BR 408, em São Lourenço da Mata, BR 316, em Petrolandia, BR 110, em Ibimirim, BR 232, em Gravata, BR 101, em Escada, BR 232, em Pesqueira, BR 104, em Caruaru, BR 101 Norte, em Goiana, BR 232, em Serra Talhada, BR 428, em Cabrobó, BR 423, em Garanhuns, além de fecharem, juntamente com o MST da Bahia,a ponte entre Petrolina e Juazeiro, na divisa dos dois estados. Não houve confronto com a polícia.

No Pará, cerca de 600 famílias do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e da a Via Campesina ocuparam a Barragem de Tucuruí, por volta das 3:30h. Segundo os movimentos, houve reação violenta da polícia, que disparou balas de borracha contra os manifestantes. Mesmo assim, os movimentos ocuparam três salas do centro de comando da barragem.

Paralisações

Em no mínimo 14 estados, servidores federais ligados à Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal paralisaram as atividades nesta quarta em protesto contra medidas que devem ferir o direito de greve e a capacidade de negociação salarial da categoria. Professores das Universidades Federais param no Pará, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outros. Outras categorias que pararam em grande parte dos estados são servidores da Saúde, Policia Federal, Ferroviários, Ibama e Incra (que já estavam em greve), e boa parte dos servidores estaduais.

Fonte: Agência Carta Maior