Greve atinge mais de 80% das unidades do Incra no Brasil

Em sua segunda semana de greve, mais de 80% das unidades do Incra estão com as atividades paradas em todo o Brasil. O movimento deve ganhar força a partir desta terça-feira quando decidem pela paralisação São Paulo, Amapá, Rondônia e Tocantins. No Amazonas e Rio Grande do Norte os servidores decidiram em assembléia iniciar a greve a partir do dia 4 de junho.

O objetivo do movimento é pressionar o governo a cumprir um acordo firmado com a categoria da reestruturação de um plano de carreira para o setor. Os servidores protestam também contra o fechamento de mais de 20 unidade do Incra pelo Brasil. O Projeto de Lei Complementar (PLP) 01 que pretende limitar investimentos públicos pelos próximos dez anos também é alvo da categoria.

Os servidores denunciam que interromper investimentos no instituto vai impedir que o governo Lula alcance as metas estipuladas para reforma agrária no país. Milhares de hectares de terra que poderiam ser utilizados para assentamento continuam à mercê de grileiros, impedindo o avanço da agricultura familiar no país. Este investimento, na visão de diversos especialistas, seria um grande estimulador do crescimento econômico visado pelo governo. “Sem investimento público não tem como o governo sustentar o crescimento econômico e populacional estimado para a próxima década”, disse Pedro Armengol, diretor da Condsef.

Preocupação

Técnicos convidados a um recente debate feito na Câmara dos Deputados para representantes de servidores públicos e parlamentares ligados à Frente em Defesa do Serviço Público, classificaram o PLP 01 como proposta inconseqüente. O diretor técnico do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP), Flávio Tonelli, levantou a preocupação de que o projeto provocará, inevitavelmente, a terceirização e privatização gradual dos serviços públicos no Brasil. Isso aconteceria uma vez que os investimentos públicos, se restringidos, não dariam conta de acompanhar as demandas de um Estado em franco crescimento. Para Tonelli, o PLP 01 vai na contramão do que está sendo proposto pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

onte: Site do Condsef