Deputados repudiam atos racistas e condenam pichações

As manifestações racistas expressas nas inscrições "Negro só se for na cozinha do RU" e "Voltem para a Senzala", pichadas em muros próximos à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, repercutiram negativamente na sessão plenária da Assembléia Legislativa desta terça-feira (27).

Da tribuna, deputados manifestaram suas críticas ao preconceito racial e defenderam a implantação de cotas sociais e raciais para alunos da universidade pública. As ações envolvendo políticas de promoção da igualdade racial estão em evidência, neste momento, porque o Conselho Universitário da Ufrgs deve decidir, na próxima sexta-feira (29), a utilização de política afirmativa, já adotada em outras 30 universidades do País.

O líder da bancada do PT, deputado Raul Pont, considerou lamentáveis os fatos ocorridos em torno da universidade. "Infelizmente, setores muito insignificantes da nossa sociedade assumem posturas abertamente racistas, que o povo brasileiro já superou e a nossa Constituição já criminalizou"

Ao endossar as palavras do deputado Marquinho Lang (DEM) sobre a importância da implantação de cotas, a deputada Marisa Formolo (PT) lembrou que, recentemente, as Comissões de Educação, Direitos Humanos e Serviços Públicos remeteram à universidade apoio às cotas para afro-descendentes. Na ocasião, as três comissões também salientaram a relevância deste benefício para os portadores de deficiência e para os povos indígenas. Além disso, Marisa defendeu a necessidade da Ufrgs garantir vagas para egressos das escolas públicas. "Queremos uma sociedade justa", ratificou a deputada. Para ela, não é a cor da pele e nem o sexo que dão dignidade ao ser humano.

Na mesma linha de raciocínio, o deputado Fabiano Pereira (PT) repudiou condutas racistas evidenciadas no debate sobre cotas e criticou o preconceito contra a empregada doméstica que foi espancada no Rio de Janeiro por jovens de classe média. Indignado com tais atitudes, o petista alertou para o fato de atitudes como estas abrirem precedentes à intolerância, ao invés do respeito às diferenças.

Fonte: Stella Máris Valenzuela/Site PT Sul.