Dom Cappio critica “imensa insensibilidade” do governo federal

O bispo de Barra (BA), d. Luiz Flávio Cappio, afirmou nesta segunda-feira (7) que a retomada das obras para a transposição do rio São Francisco é "uma fotografia da imensa insensibilidade, falta de atenção e de respeito do governo federal com os movimentos sociais e a sociedade civil como um todo". No mesmo dia, o Batalhão de Construção e Engenharia retomou sem protestos a obra, que segundo o governo pretende levar água a 12 milhões de sertanejos do Nordeste Setentrional (Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte).

Dom Cappio chegou a realizar uma greve de fome de 23 dias, que suspendeu depois que o (Supremo Tribunal Federal) derrubou liminar que impedia a retomada das obras, em 19 de dezembro. Tendo recuperado dois dos nove quilos que perdeu durante o jejum, ele disse que o movimento que apóia vai prosseguir, pois "não podemos parar", mas não propôs uma nova greve de fome.

A retomada das obras, nos municípios de Cabrobó e Floresta, no sertão de Pernambuco, não enfrentou manifestações nem protestos dos movimentos sociais que condenam o projeto. "Nosso estilo de trabalho não é o confronto", alegou o bispo.

De acordo com a assessoria do Ministério da Integração Nacional, que coordena o programa cujo nome oficial é Integração das Águas do São Francisco, as obras estavam paradas por causa das festas de fim de ano. O batalhão do Exército realiza serviços preparatórios, de topografia, construção de barragens e canais. As obras propriamente serão rwalizadas pelo consórcio Águas do São Francisco, formado pelas empresas Carioca S.A., Paulista e Serveng, que venceu em dezembro a licitação para o lote 1, em um trecho de 400 quilômetros.