Aracruz, Odebrecht e Pagrisa na “lista negra” das ONGs

A Aracruz Celulose, a Odebrecht e a Pagrisa são três das 32 empresas citadas em um relatório internacional que lista empresas com projetos prejudiciais para a sociedade e para o meio ambiente. O levantamento foi elaborado pelas entidades não-governamentais como a WWF e a Amigos da Terra Internacional, que constituem a rede Bank Track para monitorar o financiamento de grandes projetos por instituições financeiras privadas.

As organizações acusam a Aracruz de provocar impactos negativos no solo, na água e biodiversidade das áreas onde tem plantado eucalipto. Elas lembram os conflitos que a empresa causou com comunidades quilombolas e indígenas no Espírito Santo, Rio de Janeiro e Bahia. O relatório também destaca os projetos da Aracruz para o Rio Grande do Sul, como a compra da Klabin em Guaíba e a aquisição de terras na Metade Sul do Estado. Para a coordenadora-geral do Núcleo Amigos da Terra (NAT) Lúcia Ortiz, o documento é um alerta sobre os prejuízos da expansão das monoculturas.

“Nós achamos interessante que esse conflito todo que não é único ao Rio Grande do Sul nem só à Aracruz, mas ao setor de celulose como um todo e também das monoculturas energéticas, que essas denúncias cheguem à Europa e para os grandes bancos tomadores de decisão”, diz.

A empreiteira Odebrecht, responsável pela construção das hidrelétricas do Rio Madeira, foi incluída na lista
pelos temores de impactos sobre a diversidade de peixes e a saúde das comunidades locais. A taxa de desmatamento na região fronteiriça de Rondônia (RO) – onde as usinas serão construídas – aumentou 600% em 2007 em relação ao ano de 2006.

Já a Pagrisa teve seu nome incluído na lista depois que um grupo do Ministério do Trabalho libertou mais de mil trabalhadores que eram mantidos em situação de escravidão. Os trabalhadores que lidavam com corte de cana-de-açúcar na empresa eram submetidos a jornadas de 12 horas de trabalho.

Fonte: Patrícia Benvenuti/Agência Chasque, com informações de Juliano Almeida, da RadioagênciaNP