Assufrgs marcou presença na marcha do Dia Internacional da Mulher

As mulheres gaúchas, em parceria com dezenas de entidades do movimento popular e sindical, organizaram diferentes atividades para o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher. As ações buscam conscientizar sobre o papel da temática de gênero na luta da classe trabalhadora, a igualdade de oportunidade e o fim de qualquer forma de violência.

Na sexta-feira, dia 7, a Casa dos Bancários foi palco de uma importante atividade. Promovido pela Federação dos Bancários RS, o seminário “Mulher, Mídia e Ações Feministas” reuniu mulheres do movimento sindical e dos movimentos sociais do Rio Grande do Sul para discutir a imagem feminina na mídia convencional e ações do movimento no Brasil na última década.

No final da tarde, centenas de pessoas participaram da Caminhada Estadual das Mulheres, que partiu da Praça da Matriz em direção ao Largo Glênio Peres. Durante a concentração, integrantes do Fórum Estadual de Mulheres entregaram um Manifesto das Mulheres ao Legislativo, Ministério Público e Judiciário. Yeda Crusius, primeira mulher governadora do Estado, se recusou a receber o grupo, recepcionado pelo chefe da Casa Civil, César Busatto.

No Largo Glênio Peres, ponto final da marcha, as mulheres realizaram um ato político, com manifestações de diversas entidades. No percurso, as mulheres defenderam o fim da toda forma de violência e discriminação. Também exigiram condições dignas de saúde, educação, geração de trabalho e renda, bem como redução da jornada de trabalho.

Violência da BM

As participantes do seminário aprovaram moção de repúdio à violência proporcionada pela Brigada Militar e pelo Estado contra as mulheres da Via Campesina, terça-feira, dia 4, em Rosário do Sul. Camponesas ocuparam a Fazenda Tarumã, em Rosário do Sul, denunciando a empresa Stora Enso, acusada de agir ilegalmente ao comprar terras e plantar eucaliptos.

A moção será encaminhada ao Governo do Estado, Brigada Militar e Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa. Na caminhada, também foram feitas manifestações contra a truculência da Brigada Militar com as camponesas.

Apoio à Lei Maria da Penha

A implementação da Lei Maria da Penha é prioridade para os Fóruns Municipal e Estadual de Organização do 8 de Março. Na tarde de sexta-feira (7), mulheres representantes destas duas entidades entregaram um manifesto aos deputados Adão Villaverde, Raul Pont e Stela Farias, do PT, pedindo apoio da Assembléia Legislativa para implantar as políticas aprovadas nas Conferências municipal, estadual e nacional dos Direitos das Mulheres.

Enquanto os deputados recebiam o pleito na sala da presidência do Parlamento Estadual, outras mulheres passavam o mesmo documento às mãos do governo estadual, do Judiciário e do Ministério Público. “Vamos encaminhar a reivindicação à Mesa Diretora da Casa”, disse Villaverde, 1º secretário da Assembléia Legislativa. Ele considera o debate sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deve iniciar em maio, o momento apropriado para tratar de recursos financeiros capazes de viabilizar estas políticas. Para se ter uma idéia da precária infra-estrutura, a capital gaúcha conta com apenas uma Delegacia de Polícia para Mulheres e a única juíza e os dois estagiários não dão conta das demandas.

As feministas também pediram empenho do Parlamento para a aprovação de dois projetos de lei em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça. De autoria do líder da bancada do PT, Raul Pont, uma das propostas institui a política estadual de promoção da igualdade de gênero no Estado. O outro projeto da deputada Stela Farias propõe que o Estado disponibilize semestralmente dados estatísticos sobre a violência contra a mulher.

Stela reafirmou sua indignação com a investida truculenta da Brigada Militar contra as 900 mulheres que ocuparam a Fazenda Tarumã, em Rosário do Sul, para chamar a atenção das autoridades sobre a compra ilegal de terras pela empresa Stora Enso na região de fronteira. No confronto, 70 mulheres ficaram feridas e 45 passaram por exame de corpo delito. “A governadora Yeda Crusius teve a infelicidade de dar nota dez para a atuação da BM. Não é possível assistir a isto calada”, frisou a deputada petista. Stela prepara um dossiê contendo os abusos cometidos pela BM, que trata os movimentos sociais como se fossem caso de polícia.

Com informações da Imprensa/SindBancários e PT Sul
Fotos: Katia Marko/imprensa Assufrgs