Seguranças da Ufrgs se organizam para lutar pelo adicional de risco de vida

Na manhã de terça-feira (25/3), no auditório da Assufrgs, ocorreu um encontro de troca de experiências entre os diretores e seguranças do Judiciário Federal, que já conquistaram o adicional de risco de vida, com os seguranças da Ufrgs, que estão iniciando esta luta.

A segurança institucional e os serviços gerais foram as primeiras áreas a serem atingidas pelo processo de privatização que iniciou no governo Collor. A partir daí as empresas de zeladoria tomaram conta dos serviços públicos e os agentes de segurança perderam suas prerrogativas de poder. E, além da perda da investidura de segurança, também foram atacados na sua auto-estima, através do assédio moral, sendo colocados em desvio de função sem as mínimas condições de trabalho. “Não tínhamos nem local para ficar, nos deixaram no saguão, bem a vista para que todo mundo visse que não fazíamos nada”, explicou o agente de segurança e diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores da Justiça Federal (Fenajufe), Cláudio Azevedo. O encontro que iniciou às 10h, também contou com a presença do chefe substituto da Justiça do Trabalho, Denílson Patrício e o diretor do Sintrajufe, Sérgio Amorim.
O objetivo do debate promovido pela Assufrgs foi compreender e apreender com os colegas do judiciário Federal como eles conquistaram a Gratificação dos Agentes de Segurança (GAS).
O coordenador do Grupo de Trabalho de Segurança da Assufrgs, Mozart Simões da Costa, se emocionou com a presença de vários seguranças da Universidade no evento. “Quando começamos esta discussão pelo adicional de risco de vida éramos sozinhos, agora os colegas começaram a entender a importância desta luta”, relatou.

A reunião teve a participação do diretor da Fasubra, Luiz Francisco Martins Alves, o Chiquinho, que destacou a importância da iniciativa. “Este problema já tem um certo tempo e agora está ocorrendo a organização de fato” ressaltou, observando que irá encaminhar as demandas para o GT Nacional.

Cláudio Azevedo que fez um histórico do processo da luta na Justiça Federal que durou cerca de seis anos e conquistou 35% de risco de vida sobre o salário básico destacou a importância desta luta ser travada em nível nacional entre todas as universidades. “Mostramos que em todo o país somos cerca de seis mil agentes de segurança, comparamos com o efetivo a Polícia Federal que na época tinha cerca de sete mil agentes”.
Denílson Patrício, ressaltou a importância de agregar valor ao papel do agente de segurança dentro da Instituição. “Quem vai gerir o trabalho de segurança dentro da instituição? Nós temos que olhar o que vigilante privado está fazendo e usar a inteligência neste processo, pois é uma questão de jurisdição, por exemplo, quem é que cuida do campus? Temos que monitorar as dificuldades, documentar, mostrar para a direção e propor alternativas de segurança” destacou Denilson.
Sérgio Amorim afirmou que inclusive umas das prerrogativas do cargo, e está bem explicitado no caso dos agentes da Ufrgs, é cobrar dos gestores a qualificação para poder exercer a função. “Não podemos ficar parados nas portarias temos que mostrar o nosso valor e assim poder exigir e convencer sobre a necessidade de receber o adicional de risco de vida. Hoje em dia na Justiça do Trabalho, a direção não faz nada sem antes consultar o setor de segurança”. Depois desta vitória obtida em 2006, a luta dos agentes de segurança da Justiça Federal é para criar a polícia do judiciário que significa uma mudança substancial. Sérgio também destacou que a luta é árdua e antes da Gratificação dos Agentes de Segurança (GAS), o Rio de Janeiro tinha 30 agentes e agora se apresentaram mais de 130. “Cem estavam em desvio de função e agora assumiram a sua função novamente”, destacou.

Fotos e texto: Luis Henrique Silveira (Engenho Comunicação e Arte)