Estudantes mantêm ocupação e exigem novo reitor sem ligação com Mulholland

Mesmo com o anúncio da renúncia do reitor da Univesidade de Brasília (UnB), Timothy Mulholland, os estudantes que ocupam o prédio da reitoria da instituição há dez dias decidiram nesta segunda-feira (14), em assembléia, continuar a ocupação. Além de exigir um substituto sem ligação com Mulholland e pro tempore, os estudantes querem eleição paritária para reitor e uma estatuinte.

No domingo, após se reunir com representantes de alunos, professores e funcionários da universidade, o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou que até a próxima terça-feira, os integrantes da comunidade acadêmica devem apresentar um nome de consenso para assumir a reitoria pro tempore da UnB. O novo reitor poderá ficar no cargo por 90 dias, prorrogáveis por igual período. Durante esse tempo, irá conduzir as eleições para a reitoria definitiva.

Tanto os estudantes quanto os professores querem um reitor pro tempore que não tenha ligação com Mulholland. “Um dos critérios é que este nome não tenha nenhuma relação com atual administração e não tenha esse modelo de gestão, nem da administração do Timothy, nem das duas últimas que o antecederam”, disse a presidente da Associação dos Docentes da UnB (Adunb), Raquel Nunes da Cunha.

“A queda dessa gestão, que não vem de agora, é muito importante. É simbólica, porque é uma gestão autoritária que há muito tempo vinha tratorando os estudantes da universidade”, acrestou o coordenador do DCE, Fábio Félix.

Na avaliação de Raquel Nunes da Cunha, será possível estabelecer um consenso entre estudantes, servidores e professores para a escolha do reitor pro tempore. Caso isso não aconteça até terça-feira, o Ministério da Educação irá designar um nome. “Não podemos deixar a instituição acéfala”, explicou Haddad.

O ministro da Educação, assim como os demais participantes da reunião, afirmou que durante as discussões nenhum nome foi mencionado para assumir o cargo.

Timothy Mulholland já estava licenciado. Edgar Mamiya, que estava interinamente no cargo, pediu exoneração no sábado. Ao saber da notícia, Fábio Félix, do DCE, afirmou que os estudantes se preocupam com a perda da autonomia universitária, já que o cargo foi entregue ao ministro da Educação. "O importante é que não haja intervenção externa".

Com informações do coordenador da Fasubra Francisco Alves (Chiquinho) e da Agência Brasil