2,4% de vagas em universidades são de cotas

Entre 2001 e 2008, foram oferecidas 7.850 vagas por ano destinadas para negros em universidades públicas, diz Ipea.

Cálculo não significa que todas as vagas haviam sido preenchidas; por ano, total de vagas nas instituições públicas foi de 331 mil.

Desde que a primeira universidade pública, em 2001, adotou em seu vestibular o sistema de cotas para beneficiar estudantes negros, 51.875 vagas foram reservadas para essa população, segundo estimativa feita pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na pesquisa "Juventude e Políticas Sociais no Brasil".

Neste cálculo, não estão incluídos outros estudantes beneficiados por cotas -muitas instituições também reservam vagas para alunos da rede pública e outros grupos- e não significa que todas as vagas oferecidas foram preenchidas.

Em média, foram oferecidas 7.850 vagas por ano no período de 2001 a 2008. Essas vagas representam apenas 2,4% da média de 331 mil vagas ofertadas por ano pelas instituições públicas superiores.

Foram identificados no trabalho 48 instituições que adotam alguma modalidade de ação afirmativa. A estratégia mais comum é a de cotas -há 43 universidades com reserva de vagas para algum grupo.

Além de cotas, há também instituições que adotam o sistema de bonificação no vestibular, em que não é definido um percentual de vagas reservadas. Nele, estudantes recebem pontuação adicional nos exames por serem negros, alunos de escolas públicas ou outro grupo privilegiado pelo sistema.

O trabalho do Ipea faz também um rápido balanço de quatro estratégias diferentes adotadas no Brasil: a da UnB, da Universidade Federal do Paraná, da Federal da Bahia e da Unicamp. No caso da UnB, por exemplo, é destacado o fato de o percentual de negros ter aumentado de 2% para 13% de 2004 a 2006 e de seu desempenho acadêmico ser muito próximo ao dos demais alunos.

Fonte: Site da ANDIFES