Policiais Civis denunciam: Yeda atira contra nossa paralisação

Boletim enviado para os policiais pela Ugeirm

Yeda Rorato Crusius ameaça cortar ponto de policiais paralisados. A tucana, depenada pelas inexplicáveis situações que rondam seu governo e sua própria casa, baixou hoje, dia 29, um decreto. É um tiro. O alvo é você. Compete a você, e somente a você, fazer com que esse tiro saia pela culatra. No pior estilo paulista de tratar com as reivindicações dos policiais civis, a conhecida arrogância do Palácio Piratini partiu para a ofensiva. A governadora pretende fazer do delegado de Polícia, igualmente vítima do arrocho salarial, o X-9 que vê a miséria dos agentes e deve delatar os injustiçados que não têm mínimas condições de trabalho.

A governadora ameaça (não) pagar para ver. Para ler a íntegra do decreto 45.959/08, clique aqui. Ela cortou horas-extras há quatro meses. Ela não publica promoções. Ela não regulamenta nossa aposentadoria. Ela propõe reajuste zero em 2009. Ela determinou aos deputados que não aprovem a emenda 108, que apresentamos junto com a Brigada Militar. Ela tem competência legal para negociar nossas reivindicações. Mas não faz.

Antes nos enrolava, agora tem a cara-de-pau de tentar nos constranger! Justo ela, que ganhou 143% de aumento. Ágil numa tentativa de intimidação, às vésperas de mais três dias de protesto já anunciado, ela não se envergonha de ouvir da ex- titular da anunciada pasta da Transparência, depois de meses, “lassidão” no combate aos corruptos. Falta coragem à governadora e isso não nos falta. Yeda é um vexame público.

Independentemente do peleguismo e da subserviência de uma ou outra chefia, a Ugeirm é o colete à prova de balas coletivo da nossa categoria (colete que, nas delegacias, não existe). O Servipol está ao nosso lado. Precisamos acreditar que a Asdep dará uma resposta contundente e orientações dignas a seus representados, nossos chefes. Também precisamos acreditar que a Chefia de Polícia irá defender a legitimidade da paralisação dos agentes e não se curvará ante a mais esse desmando. A peça autoritária não dá à governadora o poder de cortar ponto. Para tanto, ela terá que enfrentar a Justiça. Nós não temos medo de cara feia e de caneta autoritária.

O decreto insinua a regulamentação de um dispositivo constitucional. Yeda Crusius e o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, não têm competência legal para tanto. Ambos sabem disso. Existe farta legislação para punir maus servidores públicos, especialmente os policiais civis, cujo estatuto data de 1980, anterior aos ventos democráticos. O decreto de Yeda é uma ficção autoritária.