Assentados gaúchos abriram a colheita do arroz agroecológico na sexta-feira, dia 27

Agricultores de sete assentamentos na região metropolitana de Porto Alegre (RS) abriram oficialmente nesta sexta-feira (27) a colheita do arroz agroecológico. O ato ocorreu durante a manhã no Assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, e contou com a presença de produtores e autoridades locais.

A produção de arroz agroecológico na região iniciou em caráter experimental em 1998, mas foi a partir do ano de 2000 que os agricultores passaram a produzir para comercialização. Atualmente, a atividade envolve 180 famílias que também beneficiam e ensacam o grão nas cooperativas dos assentamentos, como nos conta o assentado Emerson Giacomelli.

“No momento em que você tem um custo baixo de produção, tem o domínio da tecnologia e tem uma estrutura que possa armazenar, beneficiar e ensacar, você agrega valor à produção. É o que estamos conseguindo fazer com o arroz”, explica.

A estimativa para esta safra é de que sejam produzidas 100 mil sacas de arroz agroecológico, o dobro do obtido em 2008, que ficou em torno das 50 mil sacas. A área plantada neste ano chegou a 1.250 hectares. Os benefícios econômicos da técnica agroecológica são sentidos diretamente pelos assentados. O custo de produção na lavoura alcança em média R$ 1 mil por hectare. Já a produção de arroz convencional, devido ao uso de agrotóxicos e adubos químicos e do preço da terra, acumula gastos entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por hectare. O preço do grão orgânico no mercado também é positivo. Como o arroz dos agricultores tem certificação, é vendido à Conab por até $ 32,00 a saca.

No entanto, os benefícios extrapolam a questão econômica. Giacomelli, que é assentado em Nova Santa Rita (RS), lembra que a técnica não agride a saúde e nem o meio ambiente. “Tendo em vista essa preocupação com o meio ambiente e com a saúde do próximo é que a gente decidiu não usar mais nenhum tipo de veneno. Além de ser um projeto de vida, há a questão econômica, pelo qual estamos conseguindo nos viabilizar com a produção de arroz orgânico”, diz.

Diretamente ao consumidor, o arroz agroecológico é vendido em feiras de agricultores, em mercados na cidade de Tapes e na Loja da Reforma Agrária no Mercado Público, na Capital.

Fonte: Raquel Casiraghi/Agência Chasque