Ex-secretário da Fazenda do RS Aod Cunha muda discurso sobre processo contra PSOL

No dia 20 de fevereiro, Aod Cunha anunciou que seu advogado, Gabriel Magadan, havia protocolado, na Comarca de Porto Alegre, a interpelação da deputada federal Luciana Genro e do vereador Pedro Ruas, do PSOL, para que estes se manifestassem acerca do envolvimento do ex-secretário da Fazenda nas denúncias contra o governo Yeda Crusius.

Naquela ocasião, Magadan disse que fixou um prazo de cinco dias, a partir da citação, para que os integrantes do PSOL se manifestassem. Caso não respondessem, Aod entraria com uma ação por danos morais contra Luciana Genro e Pedro Ruas. Uma semana depois, a condição para Aod ingressar com um processo mudou. Agora essa decisão depende de uma informação do Ministério Público Federal sobre o envolvimento ou não de Aod em alguma investigação. O que levou o ex-secretário a mudar de estratégia?

Das duas uma: ou o MP Federal dirá que existe envolvimento do nome de Aod Cunha em algum processo ou investigação, ou dirá que não há tal envolvimento. Em qual dos dois casos, o economista decidirá pelo processo? A resposta óbvia seria a segunda alternativa. Se o MP disser que não há nenhum envolvimento, Aod deveria processar os integrantes do PSOL, certo? Ou não? A recusa e/ou relutância dos acusados pelo PSOL de processar os acusadores é impressionante. Tal atitude pode ser entendida, porém, pelo temor.

A mudança de atitude de Aod explicita isso claramente. A máxima “quem não deve não teme” ganha atualidade aí. Sim, mas e se eu não sei se devo, e o que devo? Daí a necessidade de esperar pela manifestação do MP federal antes de decidir. E, dada a natureza do caso, mesmo depois dessa manifestação, o impasse pode continuar.

Fonte: Marco Aurélio Weissheimer/Blog RS Urgente