Sempre é tempo para aprender: Servidora aposentada da UFRGS se alfabetiza aos 74 anos

A colega da Ufrgs, Guilhermina Ferreira(74 anos), apareceu na reportagem de capa sobre Os projetos que garantem alfabetização a idosos, do jornal Diário Gaúcho de hoje (27/03).
O mais incrível, que não está na reportagem, é que Guilhermina que já está aposentada, trabalhou na universidade e somente agora descobriu a ler.
A Assufrgs há alguns anos conquistou junto a Universidade um programa denominado Penjat, para qualificação dos servidores, mas infelizmente a universidade abandonou o projeto.
A coordenação da Assufrgs parabeniza a colega Guilhermina por mais esta conquista que muito orgulha os servidores da UFRGS pela sua coragem de estudar aos 74 anos.

Parabéns Guilhermina!

Leia a íntegra da matéria do Diário Gaúcho

Sempre há tempo para aprender

Dois programas oferecem a possibilidade de alfabetização de adultos e jovens com mais de 15 anos. Os projetos contam com educadores populares.

– Eu estou enxergando!

Essa foi a sensação da aposentada Guilhermina Ferreira, 74 anos, quando leu as primeiras palavras. E foi assim que ela contou, com alegria, a novidade para uma amiga:

– Ninguém sabia que eu não sabia ler. Mas agora estou estudando, fazendo o que mais queria.

Assim como ela, que participa do programa Brasil Alfabetizado, no Bairro Santana, outras pessoas que nunca tiveram a oportunidade de frequentar a escola ou que foram afastadas dos bancos escolares estão provando que sempre há tempo para aprender.

– Mova tem aulas na Restinga

Além do programa do governo federal, a prefeitura oferece o Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (Mova).

Em um dos locais, na sede de uma associação comunitária na Restinga, quatro vezes por semana, dez alunos, a maioria senhoras entre 50 e 80 anos, se reúnem para serem alfabetizadas. Munidas de lápis, borracha, cadernos e lápis de cor, muitas delas experimentam a alegria de conhecer as primeiras letras.

Outras, que deixaram a escola muito cedo para trabalhar ou pelo casamento, reencontram o prazer da aprendizagem e dividem momentos de alegria e companheirismo.

– “Cada um no seu ritmo”

– Para mim, é tudo novo. Eu sempre tive vontade de estudar – conta Vera Santos, 53 anos.

Aos 80 anos, Ilse da Silva voltou a ser aluna. Entre as amigas, deixou para trás os castigos que ganhava da professora quando era criança por ser canhota. Maria Santa Viva, 70 anos, comemora a fato de poder ler sua Bíblia. A professora Maria Lucila Nazário, que também voltou à escola depois de anos, e hoje cursa Pedagogia, ensina:

– Calma, todos vão aprender. Cada um no seu ritmo.

roberta.schuler@diariogaucho.com.br

Saiba mais

– O Mova é o movimento de alfabetização de caráter comunitário e popular, implantado na prefeitura em 1997.
– O Brasil Alfabetizado, criado em 2003 pelo governo federal, tem o objetivo de capacitar educadores e alfabetizar cidadãos a partir de 15 anos que não tiveram a oportunidade ou foram excluídos da escola antes de aprender a ler e escrever.
– Para ser educador popular é preciso ter 18 anos completos, ensino médio, formar uma turma com 15 alunos não alfabetizados e estar vinculado a uma entidade com CNPJ para firmar convênio com a prefeitura.
– A formação do educador é quinzenal, pelos dez meses do convênio. Acontece na Smed e é exclusivamente pedagógica, abrangendo os processos de alfabetização e Matemática em nível básico, bem como questões referentes às dificuldades de aprendizagem na vida adulta.
– A coordenação do Mova realiza, além da formação para os educadores, visitas mensais às turmas em andamento, para acompanhamento, distribuição de material escolar aos alunos e material didático-pedagógico para os educadores.
– As aulas podem acontecer em salões paroquiais e associações comunitárias, entre outros locais.
– Interessados em estudar ou ser educadores podem obter mais informações pelo telefone gratuito 0800-5100404.

Por Roberta Schuller Foto Andréa Graiz