Universidades Federais do Rio Grande do Sul iniciam debate sobre vestibular unificado

O modelo de vestibular unificado para as universidades federais, proposto pelo Ministério da Educação (MEC) começa a ser debatido em algumas universidades federais do estado gaúcho. O Ministro da educação Fernando Haddad reafirmou que o MEC tem condições de implantar o novo modelo ainda este ano, basta que as universidades se manifestem sobre a adesão. Para o professor Eduardo Rolim de Oliveira, presidente do Sindicato dos professores das instituições Federais de ensino superior de Porto Alegre (ADUFRGS) este novo modelo de vestibular proposto pelo MEC deverá causar grandes mudanças e que por isso não poderá ser adotado já para os próximos anos.

“Tudo o que vier em prol para melhorar o sistema educacional isso é bom. Mas isso é uma mudança muito grande num sistema que está implantado há muitos anos e que não pode ser feita sem um debate mais aprofundado. Então eu acho que não há possibilidade de isso ser aplicado aqui para o próximo ano”, diz.

Para Rolim, este modelo de vestibular possui vantagens, por outro lado poderá causar alguns problemas no que diz respeito às especificidades de cada região. “Poderia ser bom em alguns aspectos para se democratizar o acesso, para permitir que pessoas de lugares afastados poderiam fazê-lo melhor. Mas eu acho que poderá trazer problemas em função das dificuldades regionais e das diferenças que temos no país”, afirma.

Mesmo aparentando ser uma proposta de verticalização do sistema de vestibular por parte do estado, Rolim acredita que as decisões só serão tomadas a partir de um debate mais profundo.

“Uma imposição de um poder central vai ao sentido contrário de uma idéia de autonomia universitária. Claro que autonomia não quer dizer que a universidade possa fazer o que quiser, para praticar o que quiserem. Como estou dizendo, o debate tem que ser mais aprofundado e as universidades terão que tomar as decisões a partir de uma profunda discussão com suas comunidades”, afirma.

De acordo com o MEC, a adesão ao vestibular nacional dependerá de cada universidade, que tem autonomia para decidir de que forma poderá incorporar a prova em seu processo seletivo.

Joel Felipe Guindani
Agência Chasque