Centrais sindicais se unem para participar da Conferência Nacional de Comunicação

Em reunião na manhã de quarta-feira (17/6), em São Paulo, dirigentes e assessores da CUT, CGTB, CTB, Força Sindical e UGT decidiram que as centrais vão somar esforços e entrar unidas no combate pela democratização da comunicação.

A idéia é participar do processo da Conferência Nacional de Comunicação, convocada pelo governo federal, com uma plataforma comum do movimento sindical para romper as cercas do latifúndio midiático. "A articulação com as centrais e com os movimentos sociais será determinante para que as forças populares sejam vitoriosas na batalha", sustenta a secretária nacional de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti – que integra a Comissão Organizadora da conferência. Segundo ela, os vilões da mídia são "os que querem manter a comunicação como um privilégio de poucas famílias – gente que se comporta como dona da verdade por ser detentora dos meios que são concessões públicas".

Entre as principais reivindicações das centrais está a mudança do marco regulatório, garantindo, entre outros avanços, que haja uma regulação efetiva das concessões de rádio e televisão. Hoje, as outorgas são disponibilizadas tão-somente pelo critério mercadológico, sem acesso aos movimentos populares e via de regra contra eles.

O movimento sindical defenderá também o estabelecimento de mecanismos de controle social, com a instituição e fiscalização efetiva dos conselhos nacional, estadual e municipal de Comunicação, com caráter institucional e ligado ao Executivo, Além disso, apoiará a disponibilização do acesso gratuito da população à internet banda larga e à popularização da TV digital.

As centrais também vão defender um espaço gratuito no rádio e na televisão, proporcional entre as entidades legitimamente constituídas e reconhecidas, no mesmo padrão atualmente utilizado pela legislação partidária. "Ao atuar coletivamente e lutar por bandeiras comuns, as centrais ampliam as condições para serem vitoriosas em suas reivindicações contra poderosos interesses que se articulam para que nada mude", diz o secretário de Divulgação e Comunicação da UGT, Marcos Afonso Oliveira.

De acordo com Carlos Rogério Carvalho, secretário de Comunicação da CTB, a atuação conjunta a partir de agora dará uma nova qualidade à ação pela democratização da comunicação. "Nossa central realizou um encontro de comunicação recentemente, onde decidimos jogar peso neste processo da Conferência. Os debates são uma oportunidade de dialogarmos com a sociedade sobre os mecanismos de dominação de umas poucas famílias contra a sociedade brasileira e a necessidade de reverter essa lógica excludente", disse Rogério.

Já Dalva Ueharo, assessora de Comunicação da Força Sindical, prestou contas da atuação de sua central. "Realizaremos nosso congresso nos próximos dias – e este tema certamente ganhará um bom destaque", declarou. "Precisamos envolver o conjunto das entidades para que tenhamos mais respaldo para as nossas bandeiras". "Lutar pela democratização da comunicação é lutar pelo aprofundamento e aprimoramento da democracia em nosso país. É preciso pôr fim à manipulação e desinformação que são práticas recorrentes dos grandes meios de comunicação contra os interesses nacionais e populares". "Nossa atuação unitária na conferência abre essa possibilidade – e não vamos desperdiçá-la", ressaltou Valdo Albuquerque, assessor de Comunicação da CGTB.

As centrais vão continuar o debate para construir um manifesto conjunto de convocação e mobilização das suas bases para as conferências municipaisi e estaduais, acumulando para a Nacional.

Fonte ID FAsubra