Conferência de RH: uma grande festa, um grande show, mas, com certeza, um “pequeno” evento

Por Sílvio Corrêa

Tinha tudo para ser um grande evento, realizada em Brasília, no majestoso centro de convenções Ulisses Guimarães, com, segundo os organizadores, mais de 1200 participantes entre profissionais de RH, sindicalistas e representantes da comunidade, com temas de interesse para os trabalhadores do serviço público federal, painelistas internacionais com tradução simultânea, festa em restaurante fechado na beira do lago com vista para a ponte JK.

Na abertura, o ministro do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Paulo Bernardo reafirmou que o presidente Lula havia determinado que todos os acordos assinados seriam cumpridos e o secretário de RH, Duvanier Paiva, afirmou que a Conferência era para conferir, por estas manifestações já tivemos uma idéia do que estava por vir.

Se ouviu de várias das autoridades presentes à abertura da Conferência, louvores ao governo pela sua iniciativa na abertura de diálogo, mas parece que estas mesmas autoridades não sabiam o significado da palavra diálogo. Pois, o que o mais se viu na conferência foi um, por várias vezes, monótono e cansativo monólogo com representantes do governo e alguns outros painelistas. Embora alguns painéis tenham sido interessantes e instigantes, houve pouco espaço para perguntas e as poucas perguntas ficaram, na grande maioria, sem respostas.

Além disto, surgiu durante o evento um documento assinado por uma União Nacional dos Profissionais de Recursos Humanos do Poder Executivo Federal-UNPRH., distribuído pelo sorveteiro na entrada do evento, que defendia a criação imediata de uma carreira de profissionais RH, bem como o reajuste imediato do vale-alimentação para os profissionais de RH.

Reafirmamos nosso entendimento que iniciativas desta natureza, de valorização de profissionais de algumas áreas ou como já vem acontecendo hoje, de valorização dos servidores da classe e, em nada contribuem para a luta em defesa da carreira dos técnico-administrativos em educação, ao contrário, nos enfraquecem cada vez mais na hora de reivindicarmos direitos para todos nós.

Voltando a Conferência Nacional de RH, ficou a sensação de que todos nós fomos a Brasília para participar de um grande show de marketing do governo, restou a dúvida se não estávamos lá apenas para referendar posições do governo, pois, na prática nada se avançou nos temas tratados.

Sílvio Corrêa é cooordenador da Assufrgs