Pedido de impeachment da governadora Yeda foi arquivado

Por 30 votos a 17, foi aprovado o arquivamento do pedido de impeachment de Yeda Crusius. A governadora contou com os votos do PMDB, PSDB, PTB, PP, PPS e PRB. Cada manifestação dos deputados na tribuna foi acompanhada por gritos constantes, reforçando interesses divergentes entre base aliada do governo e a oposição.

Na Praça da Matriz, um intenso foguetório comemorou a decisão. Integrantes do Fórum dos Servidores Públicos do Estado, demais oposicionistas e apoiadores da governadora lotaram as galerias do plenário da Assembleia Legislativa na tarde desta terça-feira.

O pedido de impeachment foi protocolado em julho deste ano pelo Fórum dos Servidores Públicos do Estado. A entidade recorreu a denúncias relacionadas à Operação Rodin, que apurou fraude no Detran, e de suposto uso de caixa 2 na campanha de 2006, ao governo do Estado.

Aliados aprovam convocações para CPI da Corrupção
Base governista compareceu em peso à sessão desta segunda da Comissão

A base aliada da governadora Yeda Crusius surpreendeu nesta segunda-feira a oposição ao comparecer em peso à sessão da CPI da Corrupção, pedir preferência e aprovar convocações de testemunhas com poucos vínculos com a administração estadual para depoimentos.

Serão chamados a prestar depoimentos Gilmar Justo, proprietário da Atento Service e Logística, os advogados da empresa, Flávio e Oswaldo de Lia Pires, e o contador e auditor-geral do Estado, Roberval Marques. Eles deverão explicar detalhes do contrato que a prestadora de serviços de guincho e depósito de automóveis mantinha com o Detran até abril deste ano. A empresa cobra R$ 16 milhões do governo, que vai fazer um levantamento para depois informar quanto reconhece como dívida pelos serviços prestados.

Os aliados de Yeda também rejeitaram, um a um, os requerimentos feitos pela oposição, para convocação do presidente do Banrisul, Fernando Lemos, do ex-secretário geral de Governo, Delson Martini, e de seu pai Delacy Martini, do corretor de imóveis Marcelo Albert, do empresário Lair Ferst e do vereador Pedro Ruas, entre outros.

Por acordo, serão chamados, para acareação, o ex-presidente do Detran, Sérgio Buchmann e o secretário-adjunto de Administração, Genilton Ribeiro, que já estiveram na CPI e apresentaram versões contraditórias. O primeiro disse ter ouvido o segundo descrever a divisão em porcentuais de parte dos valores desviados do Detran entre 2003 e 2007. Ribeiro negou e disse suspeitar que Buchmann está perturbado.

Como queriam aprovar convocações de pessoas próximas à governadora Yeda Crusius, os deputados de oposição acusaram os colegas de evitar a investigação de supostos atos de corrupção praticados por agentes públicos do Rio Grande do Sul. "Isso é um espetáculo de desfaçatez", acusou Elvino Bohn Gass (PT). "Votam um monte de nomes agora para levar até o final de novembro e depois não votar a prorrogação da CPI", afirmou. A CPI deve terminar até 26 de dezembro.

Muito segura, com maioria de oito votos a quatro, a base aliada chegou a tripudiar. Desafiados por Daniel Bordignon (PT) a dizer se, depois de aprovarem os seus requerimentos, retirariam quorum ou votariam contra os da oposição, responderam com ironia. "O que vocês preferem?", rebateu Gilberto Capoani (PMDB), para, em seguida, dar e provocar gargalhadas de seus companheiros e provocar a irritação de Bordignon, que passou a repetir "isso é um deboche". Depois de aprovarem os requerimentos que queriam, os aliados mantiveram o quórum e rejeitaram os demais.

Fonte Correio do Povo