Chuva não impediu a 14ª Marcha dos Sem e a 3ª Marcha Zumbi dos Palmares

Evento uniu o movimento social
Mesmo com a tarde chuvosa, cerca de três mil trabalhadores foram as ruas nesta sexta-feira, 20, na realização da 14ª Marcha dos Sem e a 3ª Marcha Zumbi dos Palmares, em Porto Alegre.
Porém, a saída da Marcha dos Sem que seria na Usina do Gasômetro, foi transferida para o Largo Glênio Peres, onde estava acontecendo as atividades da Semana de Consciência Negra e onde estavam concentrados os cadeirantes e religiosos.
Os coordenadores e integrantes do GT Antiracismo da Assufrgs participaram da Marccha e a entidade contribuiu com o movimento colaborando na confecção de camisetas.

Unidade do movimento social
Às 16h começou o ato político. A 14ª Marcha dos Sem e a 3ª Marcha Zumbi dos Palmares se uniram para exigir o Fora Yeda, a redução da jornada de trabalho sem a redução dos salários, o fim do fator previdenciário, a defesa do Pré-sal, o fim da criminalização dos movimentos sociais, o fim da criminalização da pobreza, o fim do extermínio da juventude negra, Petrobrás 100% estatal, soberania dos povos, reparações já, aprovação do estatuto da igualdade racial original, reformas urbana e agrária, moradia digna e a defesa dos direitos sociais.

O integrante do Unegro e da coordenação da Marcha Zumbi dos Palmares, José Antônio dos Santos da Silva, parabenizou a união dos movimentos sociais, que lutaram para realizar esse ato. “Hoje é um dia histórico em Porto Alegre, para os movimentos sociais e para as duas marchas que com toda a nossa diferença, nos unimos pelas nossas demandas”, salientou.

A união dessas tradicionais marchas foi lembrada pelo representante da Intersindical, Joel Soares. “Nós, trabalhadores não estamos satisfeitos com a nossa situação e por isso vamos continuar lutando pelos direitos e contra a criminalização dos movimentos sociais”, acrescentou. Erico Correa, da Conlutas, também falou sobre a importância da unidade dos trabalhadores: “cabe a nós, nos unirmos para lutar e enfrentar a política neoliberal que oprime o povo”.

Lembrando a realização da 6ª Marcha da Classe Trabalhadora, em Brasília, o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, disse “que a luta dos trabalhadores deve ser intensificada para irmos em frente e acabar com desgoverno do Estado”. A representante da Marcha Mundial das Mulheres, Cláudia Prates, lembrou a luta do povo negro. Para ela, não havia dia melhor para os trabalhadores se manifestarem: “pois são os negros e os jovens que mais sofrem nas mãos desse governo, que só maltrata o povo. Nesse dia de reflexão sobre os direitos de um povo, precisamos enfrentar as políticas desse governo”.

Para o presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, o dia de hoje foi ímpar para os movimentos sociais que lutam por igualdade e políticas públicas. “Hoje estamos na rua para protestar contra os escândalos e corrupções, mas também queremos contribuir com um projeto para os trabalhadores. E dessa forma, unidos, vamos conquistar essas bandeiras. Viva a unidade da classe trabalhadora”, encerrou Woyciechowski.

Palácio Piratini
Após, os trabalhadores saíram em caminhada até o Palácio Piratini, onde encontrariam os professores que participaram da assembleia geral do Cpers/Sindicato, no Gigantinho. Porém os 40 ônibus que traziam os professores foram impedidos de sair do ginásio pela Brigada Militar.

Saída da Marcha do Sem, no Largo Glênio Peres
Em frente ao Palácio Piratini, houve fala de diversas entidades estudantis e dos movimentos sociais e sindicais. A integrante da UNE, Eliane, falou da necessidade de um novo projeto político para o Rio Grande do Sul. Já o representante da ANEL, Mateus, disse que a Assembleia apóia e participa da luta dos movimentos sociais pelo Fora Yeda.

A 14ª Marcha dos Sem e a 3ª Marcha Zumbi dos Palmares foi promovida pela CUT-RS, CTB-RS, Conlutas, Intersindical, Conam, Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS), Movimento Estudantil, Fórum dos Servidores Públicos Estaduais e Coordenação da Marcha Zumbi dos Palmares.

Por Daiani Cerezer