Nosso estado sofre com crise ambiental e falta de responsabilidade

Veja as fotos do temporal em Tramandaí

Neste final de ano, o Rio Grande do Sul vive situação desastrosa. Já são 86 municípios em situação de emergência. Os prejuízos com as alterações climáticas que castigam o Estado, só em outubro e novembro, são estimados em R$ 4,5 bilhões. Danos de toda a ordem. Energia. Estradas. Moradias. Sofre a população. Sofrem o comércio, a indústria, os serviços. Prejuízos, porém, recaem, principalmente, para a agricultura, que não terá mais a safra recorde que estava prevista.

Paradoxalmente, ou seja, de uma maneira contrária ao que seria o bom senso, setores capitaneados pela FARSUL, do monopólio da terra, isto é, da minoria proprietária de grandes extensões de terra, como as papeleiras, querem destruir a legislação ambiental gaúcha. Na Assembléia Legislativa, o deputado Edson Brum (PMDB) e outros oito protocolaram o Projeto de Lei 154. Querem a qualquer preço acabar com a legislação de proteção ao que ainda resta do tão degradado meio ambiente do Rio Grande. Patrimônio natural de seu sofrido e castigado povo.

Somos golpeados pela crise ambiental e pela falta de responsabilidade. Além das enchentes, os nossos rios estão apodrecidos. Mortos. O ar que respiramos em nossas conturbadas cidades, cancerígeno, nos sufoca. Traz doenças respiratórias e cardíacas. Mata. Entope hospitais com crianças e idosos e eleva os custos sociais para o SUS. A perda progressiva da nossa biodiversidade: a perda do habitat e extinção de animais, de plantas e sementes. A expulsão do homem do campo. O avanço das monoculturas e do latifúndio. A terra e os alimentos contaminados por transgênicos e venenos. Chuvas intensas, secas constantes. Vendavais. Tornados. E, quem imaginaria? Até furacão!

Quem poderá prever ou dimensionar a totalidade das conseqüências que iremos vivenciar ao longo dos anos, sem uma legislação que proteja nosso meio ambiente?

Pois, estes mesmos deputados e outros, que formam a base governista, são os responsáveis pelo arquivamento do processo de impeachment da governadora Yeda Crusius (PSDB), proposto pelo SEMAPI junto às demais entidades do Fórum Estadual dos Servidores Públicos. A base governista aprovou o parecer da relatora da Comissão Especial do Impeachment, deputada Zilá Breitenbach (PSDB), que decidiu pelo arquivamento sem ter, sequer, realizado uma reunião com os demais integrantes da comissão. Aprovação esta dada sem qualquer análise e debate dos documentos que embasavam o pedido de afastamento. Sem que se desse a menor satisfação à sociedade. E ainda, não comparecem e dificultam os trabalhos da CPI da Corrupção, em que pese continuem a receber elevados salários e subsídios pagos por nós, contribuintes, a quem eles deveriam representar.

Colocam-se ao lado da corrupção. Da destruição.

E a grande mídia, o monopólio das comunicações, se cala, disfarça.

Antenor Pacheco, engenheiro, trabalhador da FEPAM, Diretor do SEMAPI Sindicato.