Casos como o de Elisa se multiplicam em todo território nacional

O assassinato de Eliza Samudio não poderia deixar de ser questionado no nosso site como forma de lembrarmos a importância da luta contra a violência contra as mulheres . Bruno por ser goleiro deu muito ‘pano pra manga’, mas imagine que neste exato momento alguém está sendo espancado, morto e não vai ser tão falado, porém a violência não escolhe cor, raça ou classe social, ela está escondida e passa despercebida.

Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno no ano passado e tentava provar na Justiça a paternidade do filho de 4 meses, que seria do jogador, ela já havia se queixado do jogador, devido as inúmeras agressões e ameaças sofridas, Bruno ganhava 200 mil reais por mês e a pensão não passaria de 10 mil.

No dia 07 de março o goleiro defendeu o atacante de seu time Adriano o Imperador quando este agrediu sua esposa em público, afirmando: “Qual de vocês (jornalistas) que é casado que nunca brigou com a mulher? Quem não saiu na mão com a mulher né cara? Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher, xará”.

Alguns sites e jornais falam que Bruno tinha tudo, mas discordo quando talvez o mais essencial faltava que era limites. Uma pessoa com fama, dinheiro e poder como pode fazer tais atrocidades mandando matar a mãe do seu filho, emparedar os ossos e dar a carne aos cachorros? Parece ter virado moda tanto absurdo nos dias atuais. As pessoas tem seus limites testados todos dias, dentro de casa, no trabalho, na rua, no colégio, mas e a explicação, quem ousa dar? Seria cultural? Social? Bruno era de família pobre e com a profissão de goleiro ficou milionário, construiu império de materiais e se perdeu, já os jovens estupradores de uma menina de 13 anos de Floriánópolis que tinham tudo, e eram de família de classe média alta, donos de uma emissora de
televisão famosa no RS, qual seria a explicação?
 
Passa-se um tempo, esquece-se e torna-se em vir ao público novos espetáculos infelizes. Quantos Brunos ainda terão que se expôr para o mundo avaliar o grau do problema que está passando e solucionar quando alguém pede socorro, ao invés de ficar de braços cruzados pensando em alguma possibilidade dentre inúmeras que temos em frente aos nossos olhos.

Os altos índices de agressão contra a mulher no Brasil exigem de todos nós um posicionamento e atitude que traduza o compromisso ético, político e público de contribuir nesse tipo de violência. Lamentavelmente, casos como o de Elisa se multiplicam em todo território nacional, levando o cidadão a nítida impressão de que os que atentam contra a vida das mulheres não sofrerão maiores consequências.

Por Letícia Fagundes