15ª Marcha dos Sem reuniu os movimentos sociais e sindical

Clique aqui e veja as fotos
Clique aqui e veja o vídeo

Luta pela Moradia
A manifestação iniciou em frente à Prefeitura pelos moradores das comunidades das regiões Cruzeiro, Cristal, Morro Santa Teresa, Humaitá e das Ilhas do delta do Jacuí que protestavam contra a remoção de famílias em função das obras da Copa do Mundo.

O poder Executivo tem encaminhado para a Câmara de Vereadores uma série de projetos que flexibilizam o Plano Diretor de Porto Alegre para atender interesses privados que vêem na Copa do Mundo uma chance de aumentar seus lucros.

Um exemplo da ganância dos poderosos é o Projeto de Lei 854/10, encaminhado pelo Executivo Municipal e aprovado por unanimidade pela Câmara de Vereadores, que altera a Lei complementar anterior 636/2010 que determinava que 80% das famílias removidas fossem reassentadas na mesma microrregião. O atual projeto modifica essa lei, reduzindo o percentual a zero.

Por isso, as comunidades organizadas no Comitê Popular da Copa em Porto Alegre e o Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) querem pressionar os poderes Executivo e Legislativo da capital para que essa situação seja modificada.

As famílias não se colocam contra a Copa do Mundo, mas sim, contra os projetos que utilizam como pretexto o evento esportivo para a remoção das famílias dos seus espaços de convivência e assim fortalecer a especulação imobiliária e o grande capital.

Manifestantes lotaram as ruas do centro
Em seguida, a tradicional Esquina Democrática foi o palco das manifestações dos sindicalistas. A presidente do Cpers/Sindicato, Rejane Oliveira, falou em nome dos servidores públicos: “Há 15 anos essa Marcha tem cumprido um importante papel na sociedade, de unir trabalhadores do campo e da cidade, de entidades públicas e privadas e unifica os movimentos sociais para lutar e defender os nossos direitos.”

Para o representante da Conlutas, Erico Corrêa, mais uma vez os trabalhadores dizem que não vão aceitar o neoliberalismo. “Nós não vamos aceitar a desculpa da crise econômica de 2008, nós não vamos pagar essa conta”, declarou.

Reforma Agrária
A necessidade da Reforma Agrária e de maiores investimentos na agricultura familiar foi defendida pelo representante da Via Campesina, Adalberto Martins (Pardal). “Estima-se que hoje, cada brasileiro consome cerca de 6 litros de venenos, devido ao uso de agrotóxicos no cultivo dos alimentos e ninguém sabe quais serão as consequências disso para a população”, salientou.

Pedindo o apoio da população, a secretária pela Igualdade Racial da CUT-RS, Angélica Nascimento, disse que apenas a união garantirá maiores conquistas para a classe trabalhadora: “Só com luta iremos avançar e a CUT sempre vai estar ao lado dos trabalhadores.”

Encerramento lembrou a luta pela consciência negra
Depois de percorrerem a Avenida Borges de Medeiros, os manifestantes encerraram a Marcha com um ato no Largo Zumbi dos Palmares, devido às atividades pela consciência negra, que acontecem no mês de novembro, em todo o país.

Para o presidente da CUT-RS, há 15 anos a Marcha mostra a união dos movimentos sociais e ainda vive um momento de forte ampliação. “É na rua, é com mobilização que vamos garantir nossos direitos e ter um Estado que atue como indutor do desenvolvimento.”

“Desde 1996, a Marcha denuncia a corrupção, reivindica os direitos dos trabalhadores e propõe políticas públicas que possibilitam o avanço do desenvolvimento. Este ano, escolhemos encerrar aqui no Largo do Zumbi, porque é uma maneira de dizer não ao racismo, não a criminalização, não ao preconceito e não ao retrocesso”, declarou Woyciechowski, encerrando a 15ª Marcha do Sem.

Os eixos da atividade deste ano foram:
recuperação do piso regional e valorização do salário mínimo nacional,
implantação da Lei do piso nacional dos educadores e para segurança,
reforma agrária e urbana,
aposentadoria,
redução da jornada sem redução de salário,
fim da criminalização dos movimentos sociais,
contra todo o tipo de criminalização,
não à meritocracia dos servidores públicos,
pelo limite da propriedade da terra,
não à precarização do trabalho,
não à reforma da Previdência e
defesa do SUS público e gratuito.