Centenas de pessoas protestam contra privatização de hospitais em Santa Maria (MP 520)

Nem mesmo as pancadas de chuva esparsas impediram a mobilização contra a privatização dos Hospitais Universitários (HUs) federais realizada no final da tarde desta quinta-feira, 3, na praça Saldanha Marinho, em Santa Maria (RS). O ato contra a edição da Medida Provisória (MP) 520, organizado pelo sindicato dos servidores da UFSM (ASSUFSM) e pelo sindicato dos docentes (SEDUFSM), reuniu algumas centenas de pessoas que, além de ouvir os discursos e se manifestar ao microfone, puderam contribuir assinando um abaixo-assinado contra a privatização.

A MP 520 foi editada pelo presidente Lula em 31 de dezembro de 2010, o que na ótica do presidente da SEDUFSM, professor Rondon de Castro, representou um ato “covarde de entrega dos HUs para o lucro dos tubarões da saúde”. O dirigente sindical dos docentes conclamou a população a protestar, exigindo a revogação dessa Medida. Rondon também defendeu que haja concurso público para melhorar o atendimento nos hospitais, além de qualificação do plano de carreira.

Bernadete Menezes, da coordenação do sindicato dos servidores da UFRGS (ASSUFRGS), afirmou que a MP 520 não é uma medida desinteressada, que abrange apenas os hospitais universitários. Segundo ela, o que se pretende é implantar no país um novo modelo de gestão para o serviço público. Esse modelo, segundo ela, estaria baseado na consultoria que tem sido apresentada ao governo Dilma Rousseff pelo empresário Jorge Gerdau Johannpeter, em que são destacadas como necessidades para o setor público a eficiência e a competitividade, conceitos importados da iniciativa privada.

Falando em nome da secretaria regional RS do ANDES-SN, o professor da UFSM, Carlos Pires, ressaltou o compromisso da entidade nacional em ampliar a mobilização em todos os locais do país onde houver hospitais universitários, buscando evitar que essa medida governamental tenha efetividade. “Conclamamos a população a estar conosco”, exclamou Pires.

Da mesma forma, expondo uma opinião crítica em relação à MP, se manifestou o dirigente da seção sindical dos professores da Universidade de Rio Grande (AProFURG), Paulo Rieger.

Quem também defendeu a revogação da MP foi o representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFSM, Lotário de Souza. Segundo ele, “não é possível ficarmos calados”, disse ele, argumentando que é preciso lutar contra essa iniciativa, que significará a privatização da saúde.

Alidio da Luz Silva, estudante que integra o Movimento de Construção Coletiva (MCC) na UFSM, foi bastante enfático ao dizer que não se surpreendeu com a Medida Provisória que criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). “Esta é apenas mais uma traição de um presidente (Lula) que governou desde o início para os ricos”, sustentou Alidio.

PETISTA- Não apenas esteve presente ao ato na praça, como também aderiu à palavra de ordem “não, não, não, à privatização”, foi o líder da bancada do PT na Câmara de Santa Maria, Jorge Trindade, o Jorjão. Ex-dirigente da ASSUFSM, Jorão, se manifestou contra a privatização dos HUs.

Loiva Chansis, da coordenação geral da ASSUFSM, enfatizou que são importantes as manifestações públicas e as atividades que pressionem os parlamentares a se posicionarem contra a Medida Provisória, pois segundo ela, muitos já estavam pegando carona na onda governista e se posicionando a favor da MP, citando explicitamente o deputado estadual eleito, Valdeci Oliveira (PT). Loiva fez um apelo para que todos prestigiem a manifestação das entidades contrárias à Medida Provisória, que ocorrerá na Câmara de Vereadores de Santa Maria, no próximo dia 24 de fevereiro.

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Fonte: Assessoria de imprensa SEDUFSM e Portal ANDES
Publicado por Fabiano Rosa – Coordenador de Imprensa