Valor gasto com juros pagaria 15 programas Bolsa Família

A cantilena de sempre da grande mídia comercial (Folha SP, O Estado de SP, O Globo, revista Veja e demais membros do PiG) é de que o governo gasta muito e gasta mal, especialmente com sua folha de funcionalismo. Os meros reajustes concedidos aos servidores públicos no mandato de Lula foram hostilizados nessa imprensa da burguesia pró-imperialista como gastança irresponsável, não como valorização do trabalhador e fortalecimento do mercado interno.

Agora, no governo Dilma, o PiG continua a pressão diária para que nada se conceda às reivindicações salariais dos servidores. Já no caso da obscena taxa de juros, que trava o desenvolvimento do país, esses órgãos de imprensa convocam seus "especialistas" em economia para convencer o povo de que o aumento dos juros é sempre o único caminho possível para segurar a inflação e garantir a estabilidade da moeda.

Matéria publicada no jornal Valor Econômico mostra que os gastos com juros do setor público devem atingir cerca de R$ 230 bilhões neste ano, o equivalente a 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB), quase 15 vezes os R$ 15,5 bilhões que o governo federal deve destinar ao Bolsa- Família em 2011. Em 2010, o gasto foi de R$ 195 bilhões de 2010 (5,3% do PIB). Os aumentos da taxa de juros (Selic) e a inflação em alta fazem com que se elevem os gastos financeiros do setor público.

Os mesmo R$ 230 bilhões de juros, destinados a engordar ainda mais megabanqueiros e especuladores, equivalem a pouco menos de seis vezes os R$ 40,1 bilhões de gastos autorizados para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Apesar dessa brutal drenagem de dinheiro na dívida pública, o Comitê de Política Monetária (COPOM) nesta semana elevou a taxa em mais 0,25%, passando a 12% anuais, e, pior, ainda se espera mais elevações neste ano, a título de segurar a inflação. Esse é um cenário econômico que, certamente, dificulta também a conquista das reivindicações salariais justas do servidores federais, e por isso nas conversas com o governo até agora tem prevalecido a enrolação.

Publicado por Igor Corrêa Pereira
Fonte: Blog FASUBRA Classista