Seminário discute o programa de Ações Afirmativas da UFRGS

 

Desde 2007, a UFRGS mantém um programa Ações Afirmativas que garante a reserva de 30% das vagas no vestibular divididas entre estudantes de escola pública e autodeclarados negros. A política de cotas, como ficou conhecida, passa por uma avalição em 2012, quando completa 5 anos de vigência. Nesse contexto, o Comando Local de Greve organizou um seminário para discutir a política e definir possíveis posicionamentos da Assufrgs com relação ao processo.

A atividade aconteceu dia 13 de julho, no auditório do Instituto de Geociências. Palestraram as técnicas Michele Doebber e Patrícia Brito e a estudantes Adriana Corrêa, em mesa presidida pela representante do GT Antirracismo da ASSUFRGS, Nara Francisca Costa.

Michele falou sobre a implementação do programa, trazendo dados comparativos entre 2007 (último ano antes do programa) e 2012, como o número de alunos autodeclarados negros e egressos de escola pública que frequentam a Universidade e dados sobre evasão e retenção desses estudantes. Na sequência, Patrícia pode dar um panorama sobre as vagas destinadas aos indígenas (10 por ano, em vestibular a parte). Ambas as servidoras pontuaram alguns aspectos do programa que poderiam sofrer aprimoramentos.

Na fala de Adriana, os técnicos presentes puderam tomar conhecimento do andamento das discussões feitas pela comissão especial de avaliação do programa. Essa comissão foi montada com membros dos conselhos de Ensino, Pesquisa e Extensão e Universitário para apresentar um parecer sobre a continuidade das cotas. Membro da comissão, Adriana pontou algumas mudanças que devem ser discutidas para dar continuidade à política. O aumento da reserva de vagas de 30% para 40% (20% para cada cota), a reutilização das vagas ociosas das cotas indígenas e a possibilidade destes trocarem de cursos devem estar na nova política, além da criação da Coordenadoria de Acompanhamento do Programa de Ação Afirmativas, ligada à pró-reitoria Acadêmica.

O CONSUN vai debater o parecer da comissão especial com essas alterações a partir da próxima sexta-feira, dia 20. Alguns pontos colocados pelas debatedoras, porém, ficaram de fora do parecer, como a desvinculação das cotas sociais e raciais, o que permitiria um acréscimo no número de negros cursando a universidade; a retirada de escolas que tenham vagas reservadas a filhos de determinadas categorias ou processos seletivos meritocráticos, como o Colégio Militar, da lista de escolas beneficiadas pelo programa; a especificação de políticas de permanência, que garantam a possibilidade dos alunos cursarem com dignidade a faculdade. Além disso, há a reivindicação de que o conselho da Coordenadoria de Acompanhamento contenha técnicos e alunos.

O Comando Local de Greve convoca aos grevistas para na sexta-feira, dia 20, acompanharem a discussão no CONSUN, reforçando a vigília organizada pelos estudantes.

 

 

 

 

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Fonte: IB da ASSUFRGS

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