Universidade para todos e Carreira dos TAES são debatidos pela Assufrgs no Salão Edufrgs.

Os Coordenadores da Assufrgs apresentaram duas oficinas no Salão Edufrgs, nesta sexta-feira (24), na sala Multimeios do IFCH – Campus do Vale da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A primeira oficina teve início às 9h em torno do tema  Universidade Cidadã para os Trabalhadores uma construção dos técnico administrativos em educação das IFES; seguindo às 11h com o debate sobre na oficina A concepção de carreira dos técnico- administrativos em educação do projeto à lei 11091/05.

 

Universidade Cidadã para os Trabalhadores

 Os Coordenadores Arthur Bloise, Bernadete Menezes, Mozarte Simões e o Coordenador do Conselho de Delegados Rui Muniz da ASSUFRGS apresentaram a oficina  Universidade Cidadã para os Trabalhadores uma construção dos técnico administrativos em educação das IFES – projeto este vinculado à FASUBRA.

  O Coordenador Arthur Bloise abriu a oficina resgatando a trajetória da construção do Projeto de Universidade Cidadã, que tiveram início nos enfrentamentos à ditadura militar, a qual, segundo ele, promoveram o atraso da universidade brasileira, departamentalizando-a. Com o período democrático, a FASUBRA se inseriu na luta pela reconstrução do país e um projeto de Universidade que difundisse o conhecimento para todos os setores nas Universidades. Arthur reivindica, também, que para manter a autonomia nas Instituições Federais de ensino superior, não podemos admitir “influência de governos ou interesses/empresas externos que tolham a pesquisa e desenvolvimento das Universidades”, finalizou o Coordenador.

 A Coordenadora Bernadete Menezes enfatizou o caráter da educação, segundo a qual é antes de tudo um processo social e não “do indivíduo ou capacidade do professor”. A coordenadora resgatou a história da educação em países vizinhos, quando, por exemplo, a universidade de Córdoba existe desde 1613 – comparado ao Brasil temos um desenvolvimento tardio. “Essa história nossa deixou marcas na sociedade brasileira. Assim como o povo negro que sofre até hoje pelo passado, a educação tardia no Brasil se reflete tanto no analfabetismo, como não termos educação superior estendida a todos na sociedade, ainda”, completa Bernadete.

 Após, Rui Muniz, Coordenador do Conselho de Delegados, da ASSUFRGS, expôs que Autonomia tem a ver com o poder de decidir sobre os rumos da Universidade. Para ele, autonomia tem a ver com democracia nos processos eleitorais, hoje expressa na paridade, e nas tomadas de decisão; diz respeito à concepção e à forma como as estruturas acadêmica e administrativa da universidade garantem a democracia nos processos de Ensino. Autonomia tem a ver com gestão participativa, enquanto capacidade de se autodeterminar, e não se alinha à gestão autoritária e vertical existente na UFRGS, que não respeita a um modelo de gestão coletiva que admita a sabedoria dos trabalhadores como centro de decisão. Por fim, a autonomia que buscamos tampouco esta alinhada com uma captação de recursos de forma indiscriminada, sem referenciais claros para o estabelecimento de relações com empresas privadas, e também não se faz pelo uso de Fundações de apoio e a distribuição de bolsas salariais de Fundação, injustas e que desestruturam as relações de trabalho. A autonomia que defendemos no Projeto da Fasubra é emancipadora para os trabalhadores, para a Comunidade Universitária e para a sociedade, é a concepção necessária para que se respeite a função social das Universidades Públicas, que é o ensino público, democrático, popular e gratuito”, diz Rui Muniz.

 O Coodenador Mozarte Simões apresentou os pontos em conflitos com a Lei em relação ao Projeto da Fasubra. Segundo o Coordenador “a universidade para chegar a seus ‘fins’ – cumprir sua função social – precisa de trabalhadores para conduzir a finalidade da própria instituição”, finalizou Mozarte Simões.

 

A concepção de carreira dos técnico- administrativos em educação

 A segunda oficina apresentada pela Assufrgs, seguiu na mesma manhã com o debate sobre A concepção de carreira dos técnico- administrativos em educação –  do projeto à lei 11091/05. A Coordenadora Tônia Duarte resgatou a construção da Carreira dos Técnico-Administrativos em educação a partir da década de 1980, num debate que esteve entrelaçado com o debate sobre que projeto de universidade os técnico-administrativos queriam, produzindo ao final tanto o projeto de carreira como o “Universidade Cidadã para os Trabalhadores”. Enumerou as   variações de Planos de Cargos  que a categoria teve antes do PCCTAE e as  lutas efetivadas para defender e resgatar carreira  até 2005. O centro de sua fala foi a apresentação da concepção de carreira histórica da FASUBRA Sindical organizada em torno da atividade finalística da Educação, com conceito de macro-cargo-abrangendo especialidades por ambiente, a inclusão do cidadão usuário no planejamento da Universidade, a compreensão da carreira como instrumento de gestão. Instrumento esse  que deve ser apropriado pelos trabalhadores em educação a partir dos processos de desenvolvimento – capacitação, avaliação e dimensionamento (lei 11091/05 e decreto 5825/06) para democratizar as relações de trabalho nas IFE.

 Segundo Tônia, é preciso repensar a Carreira como um processo coletivo dos trabalhadores junto à comunidade. “Precisamos abrir a Universidade para a comunidade, fazendo com que o usuário também faça avaliação do serviço público que lhe é prestado. Temos uma necessidade de mudança cultural, e precisamos centrar nos direitos do público”, explica a Coordenadora. Para ela, realizar planejamento coletivo com a comunidade acadêmica, os servidores como sujeito do pensar e saber; entendimento de negociação coletiva com os técnico-administrativos , o público e o governo, são espaços que enriquecem a cidadania e a democracia em nosso país.

 

Para quem estiver interessado sobre as discussões quanto à Carreira dos TAES, a Assufrgs realizará Seminário sobre Carreira, de 9 a 12 de dezembro. Mais informações serão divulgadas nas próximas semanas nos veículos de comunicação do sindicato e redes sociais. 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *