Greve por tempo indeterminado é deflagrada pelos técnicos-administrativos em educação

A manhã fria e chuvosa desta quarta-feira (28) não foi impedimento para aproximadamente 400  trabalhadores técnicos administrativos que realizaram assembleia geral, no pátio da reitoria da UFRGS. Presentes servidores da UFRGS, UFCSPA, IFRS Porto Alegre, Restinga e Canoas, foram debatidos e aprovados a ratificação do indicativo de greve da FASUBRA, iniciando a partir de hoje (28); instalação do comando de greve e aprovação do calendário de mobilização para as próximas duas semanas; eleições de delegados para o Comando Nacional de Greve da FASUBRA; paralisação unificada das centrais no dia 29.

Calendário de mobilização 28/05 a 09/06

O Calendário de mobilização proposto para as duas primeiras semanas de greve foi aprovado na Assembleia com apenas três abstenções e nenhum voto contra. Fique atento nas atividades de greve, clique aqui e confira o calendário para participar das mobilizações.

Delegados para o Comando Nacional de Greve

Foi realizada eleição para o Comando Nacional de Greve (CNG) da Fasubra por inscrição de chapas. A Assufrgs tem direito a cinco delegados que irão para o CNG no próximo dia 8 de junho. Foram inscritas duas chapas: Chapa 1 – Peleia/Vamos à luta, 122 votos, elegendo 3 delegados; Chapa 2 – A categoria quer avanços, 55 votos, elegendo 2 delegados. Abstenções: 65.

Ratificação da Greve

Aprovada a ratificação de greve a partir de hoje (28), por tempo indeterminado por grande maioria. Votos contrários –  0; abstenções – 7.

Ato até o Centro

Após a assembleia, estava definida caminhada dos TAEs em greve até o centro de Porto Alegre. Por motivo de chuva, os servidores votaram pela realização da atividade do dia de paralisação nacional 29/05, com concentração às 9 horas, em frente à FACED.

Após a Assembleia, os servidores se dirigiram à Assufrgs para instalação e reunião do Comando Local de Greve (CLG), enquanto outra parte da categoria em greve realizou reunião com o Reitor da UFRGS Carlos Alexandre Netto para comunicar a deflagração da greve. Reuniões com a reitora da UFCSPA e dos IFRS estão sendo encaminhadas.

Saudações

Estiveram presentes o professor Carlos Schmidt, representando o Andes Seção Sindical UFRGS e Vinícius Eckert, pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFRGS.

O docente Carlos Schmidt parabenizou os técnico-administrativos pela mobilização, relatou que o ANDES nacionalmente está entrando em greve em diversas universidades pelo país, e alertou o momento que estamos vivendo na política atualmente. “Quando você restringe o nível de vida da população em geral, está aprofundando o problema. Nós, ao lutarmos pelos nossos direitos, não estamos lutando apenas pelos nossos direitos, estamos lutando pela universidade e pelos trabalhadores e trabalhadoras. Se o nível de vida dos servidores deprime, se estão consumindo menos, significa trabalhadores das industrias, agricultura e serviço que são demitidos porque não existe demanda para eles. Então, temos nossa responsabilidade social”, concluiu Carlos Schmidt. 

 

Vinícius Eckert, representando o DCE da UFRGS, explicou que os cortes em bilhões de reais realizados pelo governo na educação irão refletir diretamente na universidade, tanto na vida dos estudantes quanto dos trabalhadores. “Vamos estar junto na greve, participando das atividades e lutando junto contra este governo que está optando por cortar verbas da educação, das áreas sociais enquanto segue pagando a dívida pública. Esta dívida é dívida ilegítima e já foi, o governo fez sua opção: seguir dando dinheiro para os banqueiros e grandes empresas, enquanto retira da educação, dos servidores, professores e estudantes”, falou Vinícius. 

Neiva Lazarotto, representando a INTERSINDICAL também falou dos ataques aos direitos dos trabalhadores através dos ajustes realizados pelo governo, que, porém, tem levado aos trabalhadores entrar em greve em todo o país, citando o exemplo dos professores estaduais.  “São seis estados dos professores estaduais em greve. A mais emblemática foi a greve dos professores do Paraná, onde foi um ataque à previdência dos professores e brutal repressão que gerou uma onda de solidariedade em todo o país. Amanhã, no dia 29, muitos trabalhadores para além daqueles que estão em greve vão paralisar. É o grande dia dos trabalhadores do país inteiro expressarem sua indignação com as políticas de ajustes”, completou Neiva.

 

Igor Correa Pereira, pela CTB, explicou que várias categorias estão em greve ou em luta, e este movimento reforça a luta dos trabalhadores brasileiros, num momento que todos estão indo às ruas ou ao congresso nacional. Para ele, é preciso ficar atento aos setores conservadores no país, pois representam ameaça ao direito de todos os trabalhadores. “Vemos um crescimento do pensamento conservador, a favor da maioridade penal e de pautas que são extremamente prejudiciais aos trabalhadores. Dentre estas, a questão da terceirização, que é um dos principais ataques aos direitos trabalhistas dos últimos 50 anos, extremamente perigoso se passar no senado este projeto. Por isso, no dia 29, a Asssufrgs está participando com as centrais sindicais desse grande dia de lutas contra a terceirização. Precisamos combater este mal antes que atinja mais ainda o serviço público”, finalizou Igor.

Mozarte Simões (CUT) chamou todos os servidores em greve para a paralisação do dia 29 (sexta-feira) com foco contra a terceirização. Segundo ele, a terceirização para o serviço público “representa o fim do concurso público e poderá terceirizar inclusive atividade fim. Amanhã as centrais sindicais estarão unidas. Vamos fazer em todo o Brasil um ato forte, mostrar para todos que estamos imbuídos e unidos na luta contra este projeto de lei e vamos rumo a uma greve geral no brasil”, saudou Mozarte. 

 

 

 

 

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