Debate sobre o fechamento dos RUs denunciou as péssimas condições dos restaurantes e descaso da reitoria

Nessa quarta-feira (10/6) os técnicos em educação em greve realizaram debate sobre o fechamento dos Restaurantes Universitários (RUs). Com a adesão de grande parte das nutricionistas à greve, os RUs deixaram de funcionar, uma vez que as profissionais são responsáveis pela confecção dos cardápios dos restaurantes. Além de técnicos, o evento contou com a participação de representantes de entidades estudantis. A Reitoria foi convidada a comparecer ao evento, mas não se fez presente.

O integrante do DCE, Guly Marchant afirmou que muitos estudantes veem a greve como legítima. Lembrou que, no início do ano, os RUs estiveram fechados por meses devido a problemas de infra-estrutura e que a Reitoria, após reivindicações, pagou auxílio-alimentação aos estudantes carentes. Defendeu que isso deve ser cobrado novamente pelos estudantes. Afirmou que é a Reitoria a responsável pela precarização que acaba por causar a greve.

 

Nana Sanches, da Associação dos Pós-Graduandos (APG), destacou os problemas que os estudantes enfrentam devido ao corte de verbas do Governo Federal, como o atraso e o não reajuste das bolsas de pesquisa. Salientou a necessidade de uma ação conjunta dos estudantes para que o reitor responda às reivindicações. Também declarou o apoio da APG ao movimento grevista.

Já a Seção Sindical ANDES/UFRGS, que representa parte dos professores da universidade, enviou carta onde manifestou apoio aos grevistas. Classificou como surpreendente a pressão da Reitoria sobre as nutricionistas em greve, sob a justificativa de se tratar de serviço essencial. Enfatizou que os RUs fecham frequentemente, inclusive por longos períodos, devido a problemas diversos, e nesses momentos nunca foi considerado essencial.

 

Situação dos RUs é precária

Presentes no debate, as nutricionistas em greve relataram as péssimas condições do restaurantes, causadas pela má gestão e corte de verbas. Informaram que houve o corte de 25% dos gêneros alimentícios e que a redução nas verbas interferem diretamente nos restaurantes, piorando uma situação que já não é ideal. Lembraram dos fechamentos pela Vigilância Sanitária, que acontecem devido às péssimas condições de infra-estrutura, equipamentos e falta de produtos de limpeza, reclamações constantes das nutricionistas que não são atendidas pela Reitoria.

Afirmaram que, apesar das pressões, a grande maioria das nutricionistas resolveu manter a greve para, além de fortalecer a pauta da Fasubra, denunciar as péssimas condições dos RUs.

 

Plenária

Os presentes ao debate manifestaram o apoio à mobilização das nutricionistas e criticaram a posição da Reitoria de pressionar às técnicas para que voltem ao trabalho. Nas falas, destacaram que a má gestão dos recursos causa os problemas nos RUs, que no ano passado foram local de um acidente gravíssimo. A explosão de uma caldeira deixou diversos trabalhadores feridos, alguns com risco de morte.

Lembraram que a Reitoria pressiona as nutricionistas em greve em nome dos alunos carentes que dependem do RU, mas que a assistência estudantil não é realmente preocupação da Reitoria, que explora os estudantes pagando valores irrisórios para que trabalhem em funções administrativas, substituindo técnicos concursados.

Após as falas, os participantes deliberaram pela: produção de um documento explicando à comunidade a situação de greve nos RUs, a ser assinado pelo CLG, Assufrgs, Andes, APG e DCE; bancar, via CLG, a impressão de um panfleto do coletivo de bolsistas apoiando a greve dos RUs; notícia sobre o situação dos RUs no boletim de greve; confecção de um laudo com a caracterização do ambiente de trabalho existente nos Restaurantes; replicar a atividade desenvolvida no Vale no Campus Centro, utilizando a prática da rádio poste, com microfone aberto para dialogar com a comunidade sobre a situação dos restaurantes.

 

Rádio poste foi utilizada para dialogar com a comunidade acadêmica sobre a situação dos RUs.

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