Vereadores respondem a Tribuna Popular da Assufrgs

Ouça clicando aqui o áudio da Tribuna Popular.

Fernanda Melchionna (PSOL)

“São vários colegas do tempo do movimento estudantil, outros tantos das greves que nós tivemos a oportunidade de acompanhar na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na UFCSPA e no Instituto Federal do Rio Grande do Sul. Então, em nome do PSOL – em meu nome e do Ver. Alex Fraga -, gostaria de mais uma vez colocar nosso apoio incondicional à greve dos servidores e dizer que temos a convicção de que essa greve só existe diante da intransigência do Governo em não negociar com pautas históricas da categoria, como o fato de não haver uma data base prevista no calendário, a questão da eleição democrática dentro das universidades federais para a escolha do reitor. E, ao mesmo tempo, da intransigência e do autoritarismo quanto a propor um aumento real para o funcionalismo. Nós sabemos que até o início da greve não havia proposta do Governo; estavam pagando os acordos da greve de 2012 e mentindo para a opinião pública. Agora as propostas são risíveis do ponto de vista do aumento do custo de vida, do valor da inflação no bolso dos brasileiros e brasileiras e no impacto que isso tem para os nossos colegas técnico-administrativos. O que nós estamos vendo é uma verdadeira tentativa de passar a conta da crise para as costas dos trabalhadores, sejam eles o funcionalismo público federal, sejam os trabalhadores brasileiros que estão pagando mais na gasolina, que estão pagando mais na energia elétrica, que mais uma vez aumentou, que estão sofrendo um verdadeiro assalto nos supermercados com o valor dos alimentos e que não têm o acompanhamento sequer do aumento do salário conforme a inflação.

Mais do que isso, o que nos incomoda profundamente é o verdadeiro estelionato que nós vimos no processo eleitoral e que agora está sendo roubado dos brasileiros e brasileiras com a questão da educação. Nós já vimos um corte de R$ 7 bilhões da educação, corte que nós estamos vendo nas bolsas, que nós estamos vendo na desvalorização e nos desmontes das universidades federais, cortes que nós vimos com a diminuição de dois terços do Pronatec, que era a menina dos olhos da Dilma durante a campanha eleitoral e agora, com esta tentativa de fazer os ajustes contra o povo e, mais uma vez, a favor dos ricos, tem massacrado o processo educacional no Brasil.

Então, eu quero cumprimentar vocês dizendo da importância desse movimento, desejando uma boa caminhada até Brasília – na semana que vem tem o Dia de Lutas em Brasília. Nós, obviamente, estaremos apoiando a audiência pública na Assembleia, inclusive já havíamos protocolado uma moção do PSOL, de apoio à greve, minha e do Ver. Prof. Alex Fraga. Nós queremos a assinatura de todos os Vereadores e Vereadoras para que seja uma moção, mais uma vez, aprovada de forma unânime nesta Casa, como foi na greve passada, para fortalecer a luta de vocês e, sobretudo, para denunciar a intransigência do Governo, exigindo a abertura de negociação de verdade. Não uma negociação de mentira, que, mais uma vez, tem sido uma forma de manter essa estrutura econômica perversa que financia os ricos e massacra os trabalhadores. Boa luta para vocês”.

Rodrigo Maroni (PCdoB)
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) “Há alguns amigos aqui, inclusive, o Rui, a Antonieta, que eu queria citar, a Berna, que não está aqui. Eu iniciei a minha militância política com a Bernadete – isso há mais ou menos 15 anos, quando eu estava no movimento estudantil. Quero falar que isso aqui, para mim, não é novo, porque eu me criei com essa pauta pelo fato de a minha mãe ser funcionária pública federal. A gente pegou – eu me lembro quando eu era criança – um período de arrocho salarial de quase 20 anos, pelo qual o funcionalismo passou – a luta que a gente fazia no movimento estudantil, quando eu iniciei junto com a Berna. E eu vendo os materiais de vocês; vocês são exatamente os mesmos de 15, 16 anos atrás,  e a pauta é  exatamente a mesma, pouco se avançou. Aqui se fala da questão da paridade nas votações, era uma luta que tinha; assim como o reajuste salarial. O único instrumento que os funcionários têm é a greve, que é um instrumento legítimo, é um instrumento que vocês têm que manter firme e forte sempre que necessário.

Quero dizer também que os trabalhadores administrativos, os funcionários da UFRGS, são a base da universidade. Os docentes são importantes, os alunos também, mas quem faz todo o trâmite interno e faz a universidade funcionar são os funcionários. Então, parabéns para a luta de vocês. Vocês que vieram aqui também pedir apoio dos demais Vereadores, podem contar comigo, e eu acredito que com outros mais, que também vão estar ao lado de vocês. Parabéns pela luta de vocês e que ela se mantenha forte até a vitória!”

Sofia Cavedon (PT)
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu quero dizer aqui, através da TV Câmara, aos colegas Vereadores o que já disse numa das assembleias e nas reuniões dos servidores: nós entendemos que o Brasil mudou a forma de tratar a universalidade pública nos últimos dez anos, que vinha num movimento de privatização, de sucateamento absurdo antes disso. A nossa universidade vem expandindo vagas, vem construindo melhores condições tecnológicas, físicas. Isso precisa ser acompanhado da valorização dos sujeitos, homens e mulheres trabalhadoras. A luta de vocês se encontra nesse marco. 

Nós estamos vivendo, este ano, um momento excepcional. O nosso partido tem muita crítica e muita controvérsia em relação à orientação da política econômica do Ministro Levy, não tem acordo com o ajuste que assola os trabalhadores, em especial o partido no Rio Grande do Sul, que tirou manifestação majoritária antes do seu Congresso e pós-Congresso e quer uma profunda discussão para reorientação dessa política econômica para voltarmos a ter desenvolvimento com inclusão, como vínhamos tendo até o ano passado, principalmente com prioridade na educação brasileira. Foi essa prioridade que fez com que duas conferências nacionais de educação induzissem o novo Plano Nacional de Educação. Nesse plano, está  a expansão e qualificação no Ensino Superior e a valorização de todos os seus trabalhadores: professores e funcionários não docentes, funcionários de todas as outras áreas, tão estratégicos quanto os professores.

Então, a greve de vocês busca que se honre o resultado da participação cidadã direta – 10% do PIB deve ir para a educação. Nós somos contrários e apoiamos quando vocês dizem que não é possível esse corte de R$ 10 bilhões na educação. Nós somos contrários à terceirização da educação, nós entendemos que o servidor aposentado tem que ter a mesma valorização que o servidor da ativa.

Então, a luta dos trabalhadores é imprescindível com qualquer Governo. O País é um país em disputa – recurso público, orçamento público são disputados pelos setores privados, cada vez mais. O que lhes interessa é a terceirização, a concessão e uma universidade pública desqualificada. Nós não estamos nesse mar, estamos juntos com os trabalhadores e trabalhadoras.

A partir da minha ida à assembleia de vocês, fizemos contato com o Ministro Miguel Rossetto, sabemos da reunião no dia 7, entendemos que, se for necessário, outros Ministros, alem do Planejamento, devem se envolver  para uma solução breve e vitoriosa da greve dos servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E que se construa a paridade, porque é inaceitável que em pleno século XXI, em tempo de democracia, ainda haja alguns da comunidade escolar que têm mais peso que outros na decisão da gestão. Parabéns pela luta, e até a vitória. Obrigada.

Bernardino Vendruscolo (PROS)
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer que, em tudo que eu puder colaborar, podem contar comigo, mas não posso deixar de fazer uma observação: não são todos os servidores públicos do Brasil, do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre, que têm dificuldades. O que nós precisamos observar é que alguns segmentos, alguns quadros estão sendo, sim, discriminados. Isso é verdade. Eu não faço, aqui, o discurso de partido, até porque, vou ser sincero, eu ando tão desanimado com os partidos, tem tanta demagogia aqui, neste Parlamento, ali no Piratini, lá em Brasília, é uma oficina de demagogia.

Eu gostaria muito de convidá-los, todos, a participarem ao máximo, nesta Casa, para que conheçam, também, as nossas dificuldades e o grande encontro demagógico que seguidamente acontece aqui. Parabéns; vão à luta! Esta Casa é a Casa do Povo. Obrigado.

Claudio Janta (SDD)
Sra. Presidente, falo em nome do meu partido e tenho a honra de falar em nome dos Vereadores Kevin Krieger, Guilherme Socias Villela, Mônica Leal e João Carlos Nedel e também em nome da Bancada do PP; quero saudar os representantes Mariane Quadros e Igor; quero dizer que o que nós estamos vendo aqui é uma política de governos de sucatear as universidades do País, assim como a saúde. Nós já viemos a esta tribuna várias vezes para dizer que os governos, na meta de cumprir com a responsabilidade fiscal, vêm jogando para terceirizar as políticas públicas, com isso, estão sucateando os salários dos funcionários púbicos para, depois, terceirizar, transformando, principalmente, a educação e a saúde em uma forma de, depois, entregar para a iniciativa privada, como a gente vê várias vezes, terceirizando esses serviços.

Viemos dizer que estamos com vocês, que estaremos juntos nessa briga. Sabemos que o alicerce para o crescimento de uma Nação é a educação. A educação transforma um povo, em todos os sentidos. Se tivéssemos uma educação sólida, não precisaríamos ter tantas leis, sejam leis ambientais, de trânsito ou de segurança. Então, estamos todos juntos e faremos o que for possível, intercedendo, no Congresso e nas bancadas, para que se resolva de vez esse impasse, valorizando os profissionais da área da educação. Muito obrigado, Sra. Presidente.

Fernanda Melchionna (PSOL)
Hoje, na Mesa de Lideranças, nós havíamos combinado de votar a Moção de Apoio à greve e de exigência de abertura da negociação na próxima segunda-feira, dia 6 de julho; mas, como tem a caravana dos técnicos – o Rafael, o Sílvio, a Antônia e o Ricardo me alertaram –, combinamos com parte dos companheiros de votar no dia 13 de julho, logo depois da audiência pública na Assembleia. Vamos lá, junto com vocês, apoiar a luta; depois, viemos para cá para ter a aprovação de uma moção que ajude essa luta dos técnicos administrativos das três universidades. Muito obrigada.

Jussara Cony (PCdoB)
Coube a mim, com muita honra, como segunda Vice-Presidente, dirigir esta Sessão com esta Tribuna Popular. Isso me honra muito na condição de funcionária de carreira da Universidade Federal do Rio Grande do Sul por 32 anos, hoje já aposentada.

Eu gostaria de falar, em primeiro lugar, sobre a solicitação do Igor, referendada pela Mariane, de que nós façamos essa relação com o Governo Federal. Se os meus colegas entenderem da mesma forma, eu entendo assim, não importa que nós façamos essa relação, mas que a Mesa da Câmara Municipal de Porto Alegre, com a força de uma mesa plural, faça contato com o Ministro Rossetto, para que esta reunião do dia 7 seja uma reunião com consequências efetivas às justas reivindicações dos servidores das nossas universidades federais. É uma relação política da Mesa Diretora, que dá a dimensão do significado dessas reivindicações. Se nós queremos uma Pátria educadora, e essa Pátria educadora é estratégica para o desenvolvimento da Nação, um desenvolvimento com sustentabilidade, com soberania, com democracia, sem dúvida nenhuma, a educação e o papel das nossas universidades é estratégico. Educação é política de Estado, portanto, de natureza pública, e aí entram questões que são fundamentais: a questão do enfrentamento do ajuste fiscal, a questão do enfrentamento de mais diálogo, a questão de enfrentamento de uma pauta histórica das universidades – que eu não vou repetir aqui, pois meus colegas e vocês já colocaram – e a questão, também, dos poderes Legislativos. E aí há o convite de vocês para estarmos nesta reunião tanto do dia 7 de julho, quanto do dia 13 de julho, na Assembleia Legislativa.  Como já foi solicitado pela Ver.ª Fernanda Melchionna: pela manhã do dia 13 de julho será votado na Assembleia Legislativa, e aqui, à tarde, votaremos esta moção que, sem dúvida, tenho certeza de que todos subscreveremos. Uma moção que seja da Casa como um todo e encaminhada pela Bancada do PSOL, no sentido de que se garanta a educação como política de Estado pela sua natureza pública, e que em sendo de natureza púbica, passe pela garantia das justas reivindicações dos trabalhadores. Vejo, de uma forma muito particular dos administrativos da Universidade, como justas essas reivindicações e a luta por essa Universidade, que são um contraponto à terceirização que hoje, infelizmente, foi votada no Congresso Nacional, açodadamente, e que vai trazer um retrocesso sob a ótica do ensino, da saúde e de políticas que são fundamentais para um projeto democrático, para um projeto de desenvolvimento. Os servidores das universidades são tão estratégicos quanto os seus mestres e os seus alunos, porque os servidores são o esteio para que uma universidade funcione.

Há várias pautas, mas fico por aqui dizendo que é uma honra para esta Casa nós termos este momento, esta Tribuna Popular. Quero agradecer, em nome da Mariane e do Igor, a todos vocês que estão aqui e desejar que em Brasília haja êxito, e no que depender desta Casa, com certeza, haverá muitos Vereadores se articulando com os Ministérios – mas fundamentalmente esta Casa e a Assembleia Legislativa –, num reforço de todos nós para que essa audiência pública logre êxito. Uma boa luta para todos e obrigada por nos honrarem com suas presenças, com suas reivindicações neste momento aqui na Câmara Municipal. Este Poder está à disposição, porque, afinal, são universidades que dialogam com a formação e a capacitação para as políticas públicas da cidade de Porto Alegre, da qual somos Vereadores. Muito obrigada a todos.

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