Assembleia encaminha comissão para estudar novo preço do RU

Em Assembleia realizada na tarde desta sexta-feira, 11 de agosto, a categoria dos técnico-administrativos discutiu diversas pautas envolvendo a conjuntura nacional de ataques ao serviço público e também questões internas da UFRGS, como o aumento do valor do Restaurante Universitário para Técnicos, docentes e terceirizados. 

Sobre o novo preço do RU (saiba mais aqui) foram discutidas alternativas para reverter o retrocesso no valor de R$11 na refeição oferecida para os não estudantes. A Assembleia definiu pela criação de uma comissão que irá estudar as planilhas que, segundo a Reitoria, levaram ao cálculo do valor no Restaurante Universitário para os não estudantes. A nova quantia valerá a partir de setembro para técnicos, terceirizados e docentes

A comissão também decidirá o formato do ato que será realizado na implementação do novo sistema para reforçar o descontentamento da categoria com a decisão intrasigente da adminsitração da universidade, que apenas comunicou a mudança e não procurou a representação dos servidores para discutir uma alternativa democrática. A assembleia também encaminhou o apontamento, como alternativa, do uso de alguns recursos de iniciativas privadas dentro da Universidade que possam ser dedicados ao RU.

Além da questão do Restaurante, foi abordada a questão da flexibilização com o relato da retomada dos trabalhos da Comflex após a última negociação entre Reitoria e Assufrgs. Saiba sobre este assunto clicando aqui.

É momento de lutar!

A Assembleia inicou com o relato das decisões do último encontro da Fonasefe, onde foi tirada uma agenda de lutas nacionais pela defesa do serviço público no Brasil (saiba mais aqui). Após o relato de Charles Florczak Almeida, Coordenador do Conselho de Representantes do sindicato, que participou do encontro em Brasília, colegas realizaram intervenções sobre o tema.

Jerônimo Menezes, da Comissão de Formação Política da Assufrgs, enfatizou a necessidade de uma mudança de postura da classe trabalhadora. "A reforma da previdência que era para ser aprovada em fevereiro até agora não passou, devido à luta dos trabalhadores. A classe organizada centrada na defesa dos direitos consegue mobilizar o povo. É preciso avaliar que girar a pauta do movimento para o institucional, pelas diretas já, foi um erro e fez com que o movimento se perdesse. Temos que resgatar a luta que estavamos fazendo em defesa dos direitos. É um momento de reorganização e retomar a conscientização da nossa pauta prioritária." 

Frederico Bartz, coordenador da Assufrgs Sindicato disse que "a ideia do Governo é destruir o local onde trabalhamos, pois se considera que a universidade não é lucrativa, para abrir espaço para o crescimento da educação privada. O que vem por aí é o incentivo ao PDV, colocando os servidores e o atendimento à população em situação de fragilidade. No fundo estão querendo destruir o estado brasileiro, nosso trabalho e meio de vida. Temos que lutar contra os rentistas que querem fazer do nosso estado uma meia duzia de moedas que irão cair em um banco na Suíça"

Silvio Corrêa chamou a atenção para a desmobilização. "Nós estamos passivos, não vamos pra rua. Está claro que alguns tentam separar as questões que nos afetam do local de trabalho, das questões nacionais. As mudanças no RU não são questão pequenas e não podem ser colocadas abaixo da conjuntura nacioinal. Não tem luta maior que outra."

Rui Muniz também realizou uma auto-critica ao movimento dos trabalhadores. "Não estamos oferecendo resistência a este projeto de desmonte dos direitos e do serviço público. Não estamos organizados na luta. Não é a central sindical, não é a coordenação dos sindicatos… as forças políticas de esquerda desse país precisam sentar para fazer a construção, ou então não tem movimento nenhum que consiga fazer isso. Tá mais do que na hora de ir pra rua. Classe trabalhadora não tem alternativa, é luta!"

"Eles não querem diminuir o estado, eles querem diminuir o estado social. É máximo para reprimir, insenção fiscal enorme, uma política de estado máximo para o investidor e especulação e o mínimo para o povo .Então essa luta não pode ser mais dos mesmos, temos que fazer um chamado aos colegas que ainda não estão mobilizados." afirmou Ricardo Souza.