Consciência Negra: com maior escolaridade, negros ganham um terço a menos que salário de brancos

Foto:  Edson Lopes Jr./A2AD

Pesquisa do DIEESE mostrou como na crise, com o racismo estrutural do capitalismo, são os negros que são os mais atingidos pelo desemprego. Os dados se referem a 2016.

Se entre os não-negros o desemprego aumentou, chegando a 15,2%, entre os negros ele continua sendo maior. Entre 2015 e 2016 o aumento do desemprego entre negros foi de 4,4%, passando de 14,9% para 19,4%. Entre não-negros, a taxa aumentou de 12% para 15,2%, mostrando um crescimento inferior.

Os dados constam do relatório “Os negros no mercado de trabalho da região metropolitana de São Paulo: diferenciais de inserção de negros e não negros no mercado de trabalho em 2016”, divulgado pelo Dieese nesta terça-feira (14) em virtude do Dia da Consciência Negra (20 de novembro).


Veja evolução do desemprego na região metropolitana de São Paulo (Foto: Dieese/divulgação)

Entre as mulheres negras, o desemprego continua sendo maior também, mostrando que a combinação entre a opressão de gênero e raça coloca as mulheres negras em um patamar de exploração superior. Entre 2015 e 2016, o desemprego passou de 16,3% para 20,9% nessa população.

Salários mais baixos

Além de sofrerem mais com o desemprego, o salário médio dos negros continua sendo mais baixo, comprovou o estudo. O salário dos negros foi, em média, de 67,8% do recebido pelos não-negros.


Diferença salarial por setor de atividade (Foto: Dieese/Divulgação)

Isso ocorre não apenas pela desigualdade salarial entre trabalhadores com empregos semelhantes, mas também porque os postos de trabalho mais precários e pior remunerados são ocupados pelos trabalhadores negros (mais uma vez, principalmente as mulheres).


Taxa de empregados por setor na Grande SP (Foto: Dieese/Divulgação)

Infelizmente, os dados divulgados pelo DIEESE não surpreendem, mas antes confirmam a triste realidade que existe no país desde sempre. O racismo faz parte do DNA do sistema capitalista, e a diferenciação salarial, bem como o desemprego maior entre os negros, é parte do mecanismo utilizado pelos capitalistas para poder aumentar a exploração e os lucros. Não apenas entre os negros, aliás, mas usando sua maior exploração para forçar para baixo os salários do conjunto da classe trabalhadora.

Reportagem Esquerda Diário. 

Com informações de Brasil de Fato.

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