AVALIAÇÃO DA GREVE DA FASUBRA 2017

Estamos encerrando a Greve da Fasubra com o sentimento de dever cumprido e de vitória. Além de ter garantido que não venha este ano as mudanças na carreira dos servidores públicos federais, o Governo Federal jogou a toalha e admitiu que não consegue aprovar a Reforma da Previdência em 2017.

A mobilização iniciou justamente com a pauta das carreiras do serviço público, que estavam ameaçadas pelo chamado carreirão. Logo veio a MP 805 aumentando a contribuição previdenciária. O Governo fez declarações defendendo o fim do ensino superior gratuito e a transformação das IFES em Organizações Sociais. Além disso o  golpista Temer passou para a ofensiva, tentando aprovar uma reforma da previdência que destruiria a aposentadoria de todos os trabalhadores brasileiros.

Embora a conjuntura fosse extremamente desfavorável, era inegável a necessidade de se colocar em luta contra esse novo ataque ao serviço público e ao aprofundamento da retirada de direitos sociais impostas pelo golpe de 2016.

Feitos da greve

Durante a greve, transpassamos os muros de nossas instituições e difundimos a visão dos trabalhadores da educação federal a respeito das medidas em trâmite no Governo e no Congresso, demonstrando as mentiras divulgadas diariamente nos meios de comunicação. Informamos a população sobre o desmonte do Estado brasileiro, a precarização do serviço público e o ataque à educação pública, gratuita e de qualidade.

A deflagração da greve no âmbito da UFRGS, da UFCSPA e do IFRS foi precedida de um intenso trabalho de base, com uma série de reuniões de mobilização nos locais de trabalho e com duas grandes assembleias, onde foi debatida cuidadosamente a necessidade da deflagração do movimento grevista. Tanto é verdade, que o início da greve foi fruto do convencimento da categoria de que o Estado de Greve não dava mais conta das necessidades do combate aos retrocessos.

Na sequência da deflagração, foi montado um Comando Local de Greve, onde o destaque foi a participação de novas e novos colegas, que se incorporaram à luta junto com outros mais experientes. Devemos também destacar a disposição e a determinação de todos os companheiros do CLG, que se doaram a esta tarefa de grande responsabilidade, que foi a construção de nosso movimento.

A Assufrgs conseguiu realizar atos de panfletagem em diferentes bairros de Porto Alegre, do centro histórico à Restinga, e nas cidades de Rolante, Viamão, Osório, Canoas, Alvorada e Bento Gonçalves, com a distribuição de mais de 100 mil panfletos durante a greve. Também promovemos uma forte campanha nas redes sociais contra o deputado gaúcho Darcísio Perondi, um dos grandes defensores do fim da aposentadoria. Demos o recado aos parlamentares: se votar a favor da Previdência, não volta! Nossas postagens chegaram a mais de 200 mil visualizações. Deve ser ressaltada a receptividade e a identificação da população com nossas pautas, tanto nas ruas das cidades, como nos comentários e compartilhamentos online.

Em Brasília, a Caravana da Fasubra fechou o MPOG no dia 27/11 e demonstrou que haveria grande resistência pelo movimento sindical organizado, se o governo não recuasse das suas medidas. O ato teve grande repercussão na mídia e garantiu que a Fasubra fosse a única categoria em luta a ser recebida pelo Governo golpista. Na reunião ficou garantido que nenhuma mudança na carreira aconteceria neste ano.

No dia seguinte, no ato dos servidores públicos federais, a presença massiva da base da Fasubra foi fundamental para o fechamento do anexo II da Câmara dos Deputados, em protesto contra a Reforma da Previdência. Neste dia o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, também recebeu e Fasubra e demais categorias em luta contra a reforma.

No dia 5/12, os companheiros em greve da Assufrgs estiveram em peso nas ações do Dia de Lutas Contra a Reforma da Previdência. A base da Fasubra não aceitou o desmonte da Greve Nacional promovido por centrais sindicais como a CUT, a Força Sindical e a UGT. Os trabalhadores em greve entenderam que era um erro recuar e garantiram o acontecimento dos atos nos aeroportos e caminhada pelo centro de Porto Alegre, e em outras cidades do Brasil.

O CNG da Fasubra também realizou atos no aeroporto e no Congresso, pressionando os parlamentares diariamente. Em frente a casa de Rodrigo Maia, o CNG serviu um sopão para fazer um contraponto aos jantares servidos que tinham como objetivo corromper os deputados, para que apoiassem a Reforma da Previdência. Esse ato furou o bloqueio da mídia e levou nossa mensagem ao público dos grandes veículos de comunicação nacionais.

O movimento dos TAEs alcançou também veículos locais, como a Rádio Gaúcha, a RBS TV, a Zero Hora, Jornal do Comércio, TVE e o Correio do Povo; e até veículos internacionais, como a TeleSur, da Venezuela e a Rádio Argentina. Quebramos assim a barreira da grande mídia e conseguimos fazer com que nossa pauta fosse ouvida pelo imenso público destes meios.

Vitória dos trabalhadores e novas perspectivas de luta!

O Governo Federal saiu derrotado! Desistiu de botar a Reforma em votação neste ano e vai tentar somente no ano que vem. Além disso, não foi nem apresentado o carreirão, nem aprovada a MP 805 (que aumenta nossa contribuição previdenciária e congela reajustes de outras categoria). Nosso movimento está vitorioso pela luta que empenhou, a organização que desenvolveu e a força do trabalho em conjunto.

Seguimos em luta, contra todas as injustiças e ameaças à nossa soberania popular! Continuaremos nos mobilizando no ano de 2018, por que permanecem as discussões sobre a reforma da previdência e outros ataques. Inclusive, já está indicado que dia 5 de fevereiro serão retomadas as discussões sobre o fim da aposentadoria, e nós da Assufrgs estaremos mobilizados para enfrentar esta nova batalha.

Nenhum direito a menos!

Só a luta muda a vida!