Em meio a manobras da atual gestão, UFRGS define critérios antidemocráticos para consulta a reitor

Uma pequena maioria do Conselho Universitário da UFRGS conduziu uma verdadeira aula antidemocrática e autoritária na sessão de hoje (16/6). As manobras foram várias. O resultado disso é que UFRGS se mantém na vanguarda do atraso, figurando entre as poucas instituições do país que dão 70% do peso eleitoral para os docentes.

A defesa da paridade como ferramenta de democratização foi realizada com convicção em todos os momentos pelos representantes técnico-administrativos em educação, pelos discentes e por muitos docentes. Mas o clamor e a pressão não foram acolhidos pela pequena maioria do plenário do conselho, que tem 70% de docentes.

Defendemos a paridade, que é o instrumento para unificar a comunidade da universidade em defesa da UFRGS! Precisamos da coesão que só a democracia pode garantir para fazer a luta necessária pela autonomia universitária.

O reitor Rui Oppermann omitiu do conselho um parecer da procuradoria jurídica da Universidade, sobre os pareceres que estavam em pauta: um contra e outro a favor da paridade. O documento jurídico, “tirado da manga no início da sessão”, foi uma peça contra a democratização da UFRGS. Seu conteúdo parcial ignora totalmente as possibilidades legais que são utilizadas por mais de 60% das universidades brasileiras para definir consultas paritárias, com técnicos, docentes e estudantes tendo o mesmo peso eleitoral.

Oppermann, mesmo não sendo solicitado por 1/5 dos conselheiros presentes, colocou em votação se as deliberações seriam secretas ou nominais. Vencendo a votação secreta, não foi possível ter transparência nas votações, permitindo que os que defendem o critério antidemocrático se escondessem na cortina do voto secreto.

Nas sombras do voto secreto, votações atrapalhadas diversas vezes por problemas técnicos sacramentaram que, mais um vez, perde a democracia na UFRGS. Uma pequena maioria reafirmou a sua visão autoritária e contrária à participação dos docentes, técnicos e discentes com peso igual na definição do Reitor(a) que dirigirá a Universidade pelos próximos quatro anos. Por último, essa pequena maioria oculta aprovou a diluição do voto dos estudantes, a cereja do bolo no golpe contra a democracia na UFRGS!

Uma pequena maioria de docentes ainda acredita que pode definir quem será o reitor sozinha, assim como acredita que pode garantir sua nomeação sem a mobilização da comunidade, só com o estrito cumprimento da lei, conforme a interpretam.

Repudiamos que o entendimento desta pequena maioria tenha prevalecido. Mas comemoramos o fato de que cresce na nossa Universidade o campo democrático, que acredita no poder da mobilização da comunidade universitária para defender a Universidade, que aposta no diálogo e na construção democrática do futuro da UFRGS, que defende a paridade!

Parabéns a todos que se engajam na defesa da paridade, especialmente aos colegas técnico-administrativos em educação que se manifestaram nas redes e nos Consunis em defesa da democracia. Uma luta que há anos travamos e da qual nunca vamos desistir. Não nos calarão!

Seguiremos sempre na luta em defesa da UFRGS e para que nossa universidade seja verdadeiramente democrática, plural, diversa e popular, pública de qualidade e inclusiva e que reconheça que ninguém vale menos! Pela paridade! Contra qualquer interventor e para que o próximo dirigente da UFRGS seja legitimamente eleito pela comunidade universitária!

Coordenação ASSUFRGS Sindicato

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