Dia 17, a UFRGS vai parar por 30h JÁ

Todos têm acompanhado pela imprensa que a nossa Universidade tem sido muito bem colocada, através de diversos critérios de avaliação de instituições de ensino. Independente de  querermos sempre melhorá-la, o fato é que a UFRGS tem figurado entre as melhores Universidades do país, portanto foi com estranheza que recebemos a notícia de que o Ministério Público Federal, com a anuência da ANDIFES, tem exigido a substituição do atual registro de livro ponto por ponto eletrônico ou biométrico.

O que sabe o MPF sobre o trabalho que desenvolvemos nas Universidades? E, até o momento, a Reitoria tem declarado acordo com a nossa avaliação, porque sabe que se hoje isso for implementado, a UFRGS PÁRA!
Nós, técnicos, alunos e profes-sores, mantemos a Universidade funcionando das 7h às 23h. Sem falar a enorme quantidade de aulas nos fins de semana, do setor de segurança e manutenção; laboratórios e bibliotecas. Por isso, para o bem ou para o mal, a UFRGS reestruturou-se internamente, a fim de responder à crescente demanda por vagas da sociedade.  A Universidade cresceu, expandiu-se e infelizmente o número de técnicos concursados sequer tem reposto as vagas que tínhamos. Nossos técnicos qualificaram-se, capacitaram-se e estão respondendo por um dos serviços públicos melhor avaliado pela sociedade. É só perguntar nas ruas: quem quer ter um filho/a na UFRGS? O nosso fazer é atípico, nossos horários, independente de cargos, são flexíveis. Por isso, não vamos ficar calados. Vamos lembrar aos dirigentes deste país por que esta universidade é o que é:

 1.    Quando, na década de 90, FHC não realizou concursos qual a saída que a Universidade “inventou” para manter a qualidade? O famoso “desvio de função”, onde um percentual enorme de colegas assumiram funções que não eram de seus cargos, no entanto, com os mesmos baixos salários;
 2.    O nosso fazer com horários distintos não é uma exceção e sim a regra, afinal trabalhamos em uma Universidade, que abarca uma infinidade de ações internas e externas;
 3.    Já temos controle de ponto, mas com compensação de horas, pois temos que desenvolver, por exigência da própria instituição, horários atípicos do restante do serviço público;
 4.    Temos uma fazenda expe-rimental,  onde nossos colegas, em período de plantio e colheita, passam do horário “normal”, o que ocorre também, no Hospital de Clínicas Veterinárias. No CECLIMAR, trabalhamos também em fins de semana. Nos laboratórios, não podemos parar no almoço, pois temos que preparar o material para as aulas da tarde. As bibliotecas funcionam à noite. No pós-graduação, as bancas podem ocorrer em diversos horários e o preenchimento do relatório Capes nos faz levar trabalho para a casa. A manutenção é chamada, nos fins de semana, para atender diversos problemas e o melhor horário para consertos e trocas de lâmpadas nas salas de aula é no intervalo. Na Extensão, nem se fala, shows, teatro, uma enorme quantidade de eventos são em horários “anormais” no serviço público. E como ficarão o Plane-tário, os RUs, a Casa de estudantes, as viagens de campo, alimentação de animais, manutenção de pesquisas nos finais de semana?
 5.    Nossos técnicos estão envolvidos – para nosso orgulho – em atividades de pesquisa e extensão, portanto Congressos, Seminários, Palestras, Intercâmbio é parte de nosso fazer. Como vamos manter essas demandas?
 6.    Obtivemos uma conquista importante, que é a liberação para continuar os estudos, qualificando ainda mais nosso atendimento à comunidade;
 7.    A legislação sobre as horas extras são extremamente restritivas, então como vamos fazer funcionar a Universidade como se fosse uma fábrica, um banco ou o Ministério Público, que têm horário para entrar e sair?

 

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