Dia de Paralisação dos TAES envolve comunidade acadêmica de Porto Alegre e Santa Maria

Os trabalhadores técnico-administrativos da UFRGS, UFCSPA e IFRS-POA realizaram, nesta quarta (16), dia de paralisação. As atividades de paralisação foram realizadas no Auditório da Faculdade de Direito da UFRGS. Pela manhã, os servidores fizeram Assembleia Geral, que contou com a participação de aproximadamente 100 servidores,  e à tarde, debate com a comunidade universitária sobre Democratização na Universidade – Paridade.

Boletim de avaliação da greve, Plebiscito proporcionalidade, Normas Fundo de Greve e Apoio a palestinos

Na assembleia, cuja  mesa diretora foi composta por Mozarte Simões, Arthur Bloise e Jerônimo Menezes, foram discutidos os informes da Fasubra; avaliação da Greve; e assuntos gerais. Após diversas falas que iniciaram o processo de avaliação da greve pelos técnicos da Assufrgs, deliberou-se a realização de um Boletim onde os coletivos organizados na Assufrgs, bem como qualquer técnico individual ou coletivamente terá espaço para publicação de avaliação da greve. Os textos de coletivos ou indivíduos já podem ser enviados para imprensa@assufrgs.org.br.  Foi definido ainda: a realização de um plebiscito sobre proporcionalidade no Sindicato, que deverá se realizar até outubro de 2014, organizado pelo Conselho de Delegados da ASSUFRGS; a divulgação de normas para o Fundo de Greve da Entidade; moção de apoio aos palestinos.

Democratização na Universidade – Paridade

As atividades do dia de paralisação continuaram, à tarde, em debate com a Comunidade Acadêmica sobre o tema Democratização e Paridade. As atividades foram conduzidas por Frederico Barth e Mariane Quadros, integrantes de Comissão aprovada em Assembleia para organizar o evento. Estiveram presentes os TAES da UFRGS, UFCSPA e IFRS-POA; representantes da Associação dos Servidores da Universidade Federal de Santa Maria (ASSUFSM); representante do ANDES UFRGS; DCE e Diretórios Acadêmicos da UFRGS e demais estudantes.

O debate teve início com a exposição da situação da Paridade na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Milene Barazzutti, Coordenadora da ASSUFSM, relatou o processo de Democratização vivido na Universidade e os limites apresentados na prática. Segundo ela, embora haja consulta paritária de escolha do Reitor, “as eleições nas Unidades não tiveram avanços, como o caso do Centro de Ciências Sociais e Humanas onde a consulta paritária foi rejeitada. É preciso, também, fortalecer este debate na comunidade externa”, diz Milene.

Marco Aurélio Costa, também coordenador da Assufsm e integrante da Comissão Estatuinte da UFSM, complementou a fala. Ele resgatou que a realização de uma Estatuinte é uma necessidade histórica da UFSM e que a participação dos técnicos terá como referência o Projeto Universidade Cidadã para os Trabalhadores da FASUBRA. Ressaltou ainda a necessidade de mobilização da comunidade acadêmica para consolidar avanços. “Por isso iniciativas como essa de hoje são tão importantes, a democratização vem de baixo pra cima, pelas bases”, avalia Marco.

O professor André Martins, do IFRS-POA, completou que no Instituto, desde a sua formação, há a indicação do processo democrático nos segmentos do IFRS-POA, já que para Reitor permanece privativo. No entanto, apresenta contradições de exigência para concorrência e ocupação de cargos, como no caso para Diretor Geral do Campus. “Para concorrer a este cargo, é exigido dos técnico-administrativos Doutorado. Enquanto para os docentes, é necessário somente a Graduação”, afirma Martins.

O professor da UFRGS Mathias Luce enfatizou a importância de superar os “medos e as amarras” para avançar nesta luta, não opondo técnicos e estudantes a docentes, uma vez que é preciso considerar “que não há Democratização na Universidade devido aos mecanismos que impedem a realização de tal processo democrático”, finaliza Mathias.

Ricardo Mincarone, estudante da UFRGS, lembrou que a Universidade está nos primeiros lugares nos rankings das melhores instituições do país, porém “é a mais conservadora das federais” quanto ao processo democrático. “Estamos em fraterno apoio com os trabalhadores para avançar. Se queremos debater projeto, temos de debater sociedade”, contrapôs o estudante.

Para o Coordenador da ASSUFRGS Igor Pereira, o processo de democratização precisa avançar para as demais esferas da sociedade como o Congresso Nacional, onde segundo ele mais de 70% da sua composição é de empresários e fazendeiros, enquanto que a maioria da população, que são trabalhadores, negros e mulheres, é subrepresentada. Segundo Igor, “a democratização da Universidade caminha junto com a democratização da sociedade, com propostas como a Reforma Política”, expõe o Coordenador.

Após o debate, foi agendada reunião para a próxima quarta-feira (23), às 18h, na ASSUFRGS. A reunião deve contar com os representantes das entidades presentes, bem como os demais estudantes, técnicos e docentes a fim de trabalhar as discussões sobre Democratização e Paridade.

 

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