Nota do CLG EM DEFESA DA LUTA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA

Diante da interrupção dos serviços prestados pelos Técnicos Administrativos (TAES) em greve na UFRGS, UFCSPA e IFRS (POA, Restinga e Canoas), o Comando Local de Greve conclama a todos à reflexão sobre a importância do respeito e da solidariedade aos que lutam por justiça, liberdade e democracia para os trabalhadores.

 

Todas as vitórias e conquistas que alcançamos foram frutos de luta e elevação das necessidades coletivas sobre os interesses individuais. O atual movimento tem causado impacto na rotina dos campi justamente pela grande adesão dos TAEs. E essa adesão se deve à compreensão de que a conjuntura de cortes de recursos da educação, arrocho salarial, precarização das condições de trabalho, retirada de direitos, terceirização das funções públicas, etc. se coloca como uma ameaça aos nossos direitos individuais e coletivos, inclusive atacando um dos direitos mais elementares de todo povo brasileiro, que é o direito à educação pública, gratuita e de qualidade.

 

Nesse contexto e em virtude da falta de segurança, infra-estrutura e condições de trabalho específicas, além de quadro técnico defasado, que comprometem a segurança alimentar e o bom atendimento ao público alvo, as Nutricionistas e Técnicas em Nutrição desta Universidade aderiram à greve dos TAEs. E ainda, solidarizam-se à luta da categoria para melhoria dessas condições.

 

O Comando Local de Greve está atento e aberto ao diálogo com todos os setores da sociedade que se sintam prejudicados com a interrupção dos serviços. Mas temos como princípio dentro do movimento de greve que somente os serviços dos quais dependa a proteção à vida, à segurança e ao patrimônio público serão mantidos sem interrupção. Todos os demais serviços poderão ser interrompidos por decisão dos trabalhadores, e consideramos respeitável toda atitude de luta e resistência diante da ofensiva contra nosso trabalho e nosso direito.

 

A causa e a responsabilidade pela interrupção dos importantes serviços para a comunidade na nossa e em outras greves são dos patrões e dos governos que escolhem precarizar as condições dos trabalhadores em benefício dos ricos e do capital. Entendemos que é responsabilidade  da  Reitoria o  suprimento  de auxílio  alimentação  à  comunidade  usuária  dos  Restaurantes Universitários,  com  prioridade  aos  estudantes  carentes.

 

A decisão de adesão à greve cabe a cada trabalhador, e deve ser respeitada, pois reflete a consciência individual. A liberdade democrática é um direito humano e por isso respeitamos a autonomia de todos sobre suas decisões pessoais. Respeitamos aqueles que não aderiram imediatamente ao movimento. Temos como princípio respeitar a orientação e o posicionamento político de todos. E, portanto, nesse mesmo espírito de fraternidade, pedimos o respeito a todas e todos que aderirem ao movimento de greve. O direito à greve deve ser respeitado e defendido pelos que cultivam os princípios de justiça e democracia na nossa sociedade.

 

“Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem.”

Rosa Luxemburgo

 

Munidos dessa convicção, expressamos nossa solidariedade a todas trabalhadoras e trabalhadores que assumem a luta como instrumento de transformação das suas próprias vidas e de toda sociedade.

Havendo dúvidas acerca das questões dos princípios de essencialidade, ou necessidade de reunião com a Comissão de Ética por qualquer outra demanda, entre em contato com a ASSUFRGS, ou pelo endereço eletrônico secretaria@assufrgs.org.br.

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