Saúde e educação são as prioridades dos brasileiros, aponta Ipea

Torcedora resume em cartaz principais anseios da população brasileira.

A melhoria dos serviços de saúde foi a opção assinalada como prioridade por 87,64% dos 3.810 entrevistados da pesquisa Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) – Nossos Brasis: prioridades da população, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em agosto deste ano, em mais de 210 cidades brasileiras. Uma educação de qualidade (72,97%), a proteção contra o crime e a violência (61,44%), melhores oportunidades de trabalho (60,28%), um governo honesto e atuante (59,85%), além do acesso a alimentos de qualidade vêm na sequência na lista das escolhas, feitas entre 16 opções ordenadas aleatoriamente.

Os resultados foram apresentados pelo presidente do Instituto e ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), Marcelo Neri, na manhã desta quinta-feira, 12, em Brasília, após a cerimônia de entrega da premiação da Campanha do Milênio da Organização das Nações Unidas, concedida ao Ipea por sua contribuição para a pesquisa Meu Mundo (My World).

Ao entregar o prêmio, o representante do Sistema Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, afirmou que o Instituto se destacou, entre as organizações da América Latina e Caribe, como a que mais colaborou com a pesquisa. “Foi um prêmio merecido, porque mostra o compromisso do Brasil com essa agenda”, disse Chediek, lembrando que a iniciativa resultou de um encontro entre a coordenadora global da campanha, Corrinne Woods, e Neri, que propôs incorporá-la às pesquisas do SIPS.

“As metas do milênio são uma preocupação central do Ipea e permitem colocar todos as instituições em busca do mesmo objetivo. E o Brasil vem cumprindo quase todos os objetivos ”, afirmou Neri

Diferenças de prioridades
A pesquisa SIPS apurou ainda as diferenças de prioridades de acordo com as diversas características dos indivíduos, como renda, idade, gênero, raça e região geográfica. Comparando aqueles com até a 4ª série com os que possuem nível superior, a proteção social e o combate à violência, além de acesso a oportunidades de trabalho, figuraram com mais destaque nas prioridades dos menos escolarizados, registrando, respectivamente, 21,55, 11, 57 e 9,78 pontos percentuais (p.p.) superiores aos dos mais escolarizados.

Os mais pobres, em relação aos mais ricos, também priorizam mais proteção social (13,08 p.p.), oportunidades de trabalho (8,7 p.p.) e proteção contra o crime e a violência (5,26 p.p.). Entre os beneficiários das políticas sociais, as prioridades diferenciam-se quanto ao acesso à água potável e ao saneamento, a oportunidades de trabalhos e a alimentos de qualidade.

Na agenda jovem, os indivíduos de 15 a 29 anos, em comparação aos demais adultos, mostraram mais interesse na educação de qualidade (7,32 p.p.), eliminação do preconceito e da discriminação (4,57 p.p.) e liberdades políticas (3,93 p.p.). Os mais velhos priorizaram mais governo honesto e aposentadoria.

No que diz respeito às mulheres, mereceram atenção especial o acesso a alimentos de qualidade e à água potável e saneamento, além de educação de qualidade. Já os homens enfatizaram mais governo honesto e atuante, liberdades políticas e melhoria dos transportes e estradas.

Em se tratando das regiões do país, os entrevistados do Nordeste dão prioridade muito maior ao acesso à água potável e ao saneamento (36 p.p. superior ao Sudeste), seguido pela alimentação de qualidade e pelo o combate às mudanças climáticas. Já na agenda das capitais, em relação às demais cidades, a ênfase está nas oportunidades de trabalho, na alimentação de qualidade e na proteção contra o crime e à violência.

Brasil e Mundo
Na pesquisa Meu Mundo (My World), comparando as prioridades brasileiras com às dos demais países, a população do país está mais preocupada com o crime e a violência – é a quarta na lista de prioridades do Brasil e a sétima no resto do mundo. Da mesma forma, os brasileiros deram mais atenção ao tema do combate às mudanças climáticas. A opção aprece em 13º e, para o resto do mundo, em 17º.

Fonte: Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA)

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