Ocupação da USP: estudantes, professores e técnicos fazem ato

Na tarde de terça-feira (21), estudantes, funcionários e professores se concentraram em frente ao prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), em um ato em defesa da universidade pública e contra a repressão policial. Pela manhã, a Polícia Militar informou que a qualquer momento poderá fazer a reintegração de posse da reitoria (leia mais aqui), ocupada desde o dia 3 pelos estudantes. No dia 16, os manifestantes receberam o pedido de reintegração de posse, mas decidiram, em assembléia, manter a mobilização.

Na manhã do dia 21, também ocorreu uma reunião entre estudantes, a reitora Suely Vilela e o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que se ofereceu para intermediar a negociação. Na ocasião, Vilela teria dado um novo prazo para a desocupação, antes que a PM entre no campus: até 0h do dia 21.

Caso haja intervenção da PM, os alunos prometem resistir. O coronel Joviano Conceição Lima informou que usará a Tropa de Choque, a Cavalaria e o Corpo de Bombeiros para a ação. A última vez em que a PM realizou uma ação no campus da USP foi durante o regime militar.

Os estudantes também foram chamados para uma reunião com a própria PM, mas se recusaram a ir, mandando apenas um representante jurídico. "Com relação à reunião com a PM: o que está sendo proposto não se trata de uma negociação. A única negociação possível é com a reitoria. Defendemos a autonomia da Universidade e negociar com a PM seria um ataque a esta autonomia que estamos defendendo", diz carta aberta à sociedade publicada dia 21 no blog da ocupação (http://ocupacaousp.blog.terra.com.br).

Ataques

No comunicado, os manifestantes também se defendem dos recentes ataques que vêm sofrendo, tanto por parte da imprensa, como por parte do governador José Serra (PSDB) e do secretário do ensino superior, José Aristodemo Pinotti. Um desses ataques os acusam de ser contra a transparências nas contas da universidade, já que pelos decretos, as instituições deverão publicá-las mensalmente.

"É falsa a afirmação de que somos contra a transparência das contas da Universidade. Defendemos a publicização de toda a movimentação financeira interna da Universidade, o que também deve incluir as contas das fundações de direito privado, que usurpam o dinheiro e a estrutura da Universidade Pública para beneficiar um punhado de grandes empresas privadas e a burocracia acadêmica", rebatem os estudantes.

Fonte: Dafne Melo/Jornal Brasil de Fato