Servidores em greve fazem ato a favor das cotas nesta sexta

O Consun decide nesta sexta-feira, dia 29, se adota cotas para negros, indígenas e estudantes de escolas públicas. A proposta é que 10% das vagas do vestibular 2008 sejam reservadas para afro-descendentes e ex-estudantes de escolas públicas, além de 10 vagas para indígenas. Já em 2009, as vagas aumentariam para 15% e, em 2010, para 20%.

O projeto é polêmico. A Ufrgs está um campo minado. Um pequeno grupo está passando um abaixo-assinado contra as cotas. Na última reunião do Consun, no dia 15, professores com posição contrária conseguiram adiar a decisão. “Hoje adotar as cotas na Universidade é reparar um passado de profunda discriminação. As pessoas até aceitam pobres na academia, mas negros não. A nossa categoria é composta por mais de 60% de negros e nós queremos ver os nossos filhos estudando nesta Universidade também”, destacou Vera Rosane na Assembléia desta segunda-feira.

Em todo o Brasil, 35 universidades adotaram as cotas raciais e sociais. Destas, 29 reservam vagas para afro-descendentes e indígenas. No Rio Grande do Sul, a primeira instituição a implementar políticas afirmativas foi a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), que guarda metade de suas vagas para estudantes pobres e 10% para pessoas com necessidades especiais.

O reitor da Ufrgs, José Carlos Hennemann, é favorável à aprovação das cotas. Além da Ufrgs, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) também estuda adotar medida semelhante.

Nesta sexta-feira, os servidores em greve vão lotar a reunião do Consun, a partir das 8h, para defender a adoção das cotas raciais e sociais na Ufrgs. Além disso, o tema será debatido na Assembléia Geral de quinta-feira, às 9h, no saguão da Reitoria.