Assembléia de sócios aprova ação contra o congelamento das horas extras

Por unanimidade, a Assembléia de Sócios da Assufrgs aprovou na tarde de quinta-feira, dia 24, o ingresso de ação ordinária contra o congelamento das horas extras incorporadas.

Logo após, iniciou a Assembléia Geral que além dos informes, elegeu os delegados para a Plenária da Fasubra, nos dias 16 e 17 de fevereiro. Foi eleita uma chapa única composta pelos colegas Nara Costa, Sílvio Corrêa, Ciça (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre) e Michele, além de Mozart como observador.

Nos relatos, foram informadas todas as ações tomadas para evitar que o governo descumpra o acordo assinado no ano passado, culminando com a reunião da Fasubra com o MEC e o Ministério do Planejamento no dia 18 (veja o relato no site da Assufrgs).

Também foi relatado o calendário dos encontros regionais da Fasubra e do II Conassufrgs, que deve ocorrer no final de abril ou início de maio. Nos meses de março e abril serão realizados debates dos temas do congresso e eleitos os delegados. Um dos temas será Central Sindical, debate já levantado com a suspensão do pagamento à CUT. Quanto aos encontros regionais da Fasubra, marcados para 13 a 15 de março, a Assembléia aprovou o pedido de adiamento dos encontros para o final de março /início de abril e a realização dos mesmos em um final de semana. A Assufrgs inclusive se coloca a disposição para sediar o encontro da Regional Sul (RS, SC e PR). A solicitação será encaminhada à Fasubra.

Além disso, foi informada a instalação do GT Segurança que tem se reunido todas as terças-feiras, às 10h, na Assufrgs, para discutir a segurança na Ufrgs e um projeto nacional de segurança para as Universidades Públicas. Quanto ao processo de enquadramento, foi salientada a grande vitória dos servidores técnico-administrativos no Consun no dia 15 de janeiro com a aprovação do Parecer que reconhece a capacitação do servidor Celso Alves, abrindo assim jurisprudência para todos os demais processos. Foi destacado o importante trabalho dos integrantes da CIS para corrigir os problemas no Plano de Carreira.

Outro tema levantado na Assembléia foi o Plano de Saúde que até o momento não se tem informações mais concretas de como anda o processo. Segundo informou a mesa, a pró-reitora de Recursos Humanos estaria em Brasília para tratar da questão.

Por fim, foi aprovada uma nota da Coordenação apoiando a posição da Universidade a favor das Cotas, mas também defendendo vagas para todos. E o coordenador dos Aposentados da Fasubra, Francisco Alves (Chiquinho) parabenizou a todos os aposentados pelo seu dia, destacando que uma grande manifestação seria realizada no Rio de Janeiro nesta quinta-feira para marcar o Dia Nacional dos Aposentados.

Veja a nota abaixo:

COTAS SOCIAIS: QUESTÃO DE LEGALIDADE OU DE JUSTIÇA

Que bom que esta não é a primeira vez e, com certeza, também não será a última em que um tema polêmico se faz presente no dia-a-dia da Universidade.

Estamos falando da UFRGS, a maior Universidade pública da região sul, a mesma universidade que insiste em tratar, ou talvez realmente acredite que isto é o correto, “PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS MEDIANTE PAGAMENTO” como se fosse “EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA”; a mesma universidade que oferece curso de graduação com reserva de vagas para funcionários de um banco público federal; a mesma universidade que afirma que o hospital de clinicas de PoA é o seu hospital universitário, mas que não consegue construir em conjunto com o HCPA, projeto de atendimento a saúde dos servidores da UFRGS e a mesma universidade que não consegue sequer, discutir com seriedade, a eleição para Reitor, mais especificamente, o peso dos votos e, por conseguinte, das pessoas.

Mas afinal o que tudo isto tem a ver com cotas Sociais, na nossa opinião, tem tudo a ver, pois é esta mesma universidade que aprovou medida paliativa de garantia de acesso e mais do que isso, de permanência, que deve preocupar-se em romper com o preconceito existente na comunidade Universitária.

Os que são contrários as cotas alegam, inclusive no Conselho Universitário da UFRGS, que o sistema de cotas viola o principio constitucional da igualdade, inclusive usam o argumento de que se todos, pagam impostos que mantêm as universidades públicas, como pode haver reserva de vagas?

Ora, sinceramente temos dúvidas se, ao nos posicionarmos desta forma estamos sendo ingênuos ou mal-intencionados mas, em qualquer uma das hipóteses o importante é a coragem de nos posicionarmos.

VAGAS PARA TODOS

Ficamos pensando que se todos pagamos impostos, então, porque todos não estudamos em Universidades Públicas? E sabemos que é porque não existem vagas suficientes, bom e se não existem vagas suficientes será que é justo que todas as vagas que existem sejam ocupadas através de um sistema de ingresso que, para nós viola o principio Constitucional da igualdade. Alguém acredita sinceramente que os estudantes de escolas públicas preferem as licenciaturas e os demais cursos com procura menor para tentar o vestibular. Viola o princípio Constitucional da igualdade pois trata aos diferentes, aos que possuem saúde, educação, moradia e lazer de qualidade e aos que pouco ou nada possuem; como se fossem iguais, com chances e oportunidades iguais.

Quem sabe não começamos um debate sobre educação, cotas sociais e insegurança social?

Ah!, e quanto ao que é legal e ao que é justo, infelizmente, estes são dois conceitos que, na maioria das vezes não andam juntos.

José Saramago disse na Ufrgs: “ o mundo se divide em duas metades, a metade que não dorme porque tem fome e a metade que não dorme porque tem medo dos que tem fome”.

Está mais que na hora de mudarmos esta estatística.