Movimentos sociais lançam campanha pelo retorno do FSM a Porto Alegre

Neste sábado (26), milhares de pessoas em todo o planeta irão marchar, protestar, celebrar e promover discussões em vilas, zonas rurais e centros urbanos em centenas de ações descentralizadas e auto-organizadas.

O Dia de Mobilização e Ação Global será marcado, em Porto Alegre, pela realização de uma tribuna popular e pelo lançamento do manifesto pela volta do Fórum Social Mundial a Porto Alegre. Movimentos sociais e entidades sindicais marcaram uma concentração a partir das 9h30 em frente ao Palácio Piratini e uma caminhada até a esquina democrática.

Entidades como a CUT-RS CMS FÓRUM SUL – ABONG SINTRAJUFE-RS assinam um manifesto que reforça a importância do evento, que opõem-se ao Fórum Econômico de Davos, e defendem que o encontro de organizações que opõem-se ao neoliberalismo volte para a capital gaúcha.

A data marca a edição 2008 do FSM, que neste ano consistirá em ações descentralizadas e auto-organizadas em todo o planeta. Até o último dia 5, já haviam programado atos 850 organizações de 64 países.

Nos últimos sete anos, os Fóruns Sociais Mundiais aconteceram sempre no final de janeiro em diferentes lugares do planeta e esse espírito de diversidade continuará a ser refletido nas atividades planejadas para o Dia de Mobilização e Ação Global de 2008.

Confira o texto do Manifesto

MANIFESTO DO DIA DA AÇÃO GLOBAL E MOBILIZAÇÃO DO FÓRUM SOCIAL MUNDIAL CONTRA O NEOLIBERALISMO

Com toda nossa pluralidade, diversidade e riqueza de alternativas e propostas lutamos contra o neoliberalismo, a guerra, o colonialismo, o racismo e o patriarcado que geram violência, exploração, exclusão, pobreza, fome, desastre ambiental e negação dos direitos humanos.

Lutamos por mais e melhores e melhores empregos, pela reforma agrária, pelo desenvolvimento sustentável que signifique inclusão de todos e todas. Há muitos anos estamos resistindo e construindo processos inovadores, de novas culturas de organização e ação do local ao global, em particular, através do Fórum Social Mundial, do qual emerge esta chamada.

Conscientes da necessidade de construir nossa própria agenda e de aumentar o impacto dessas milhares de expressões e manifestações, nos comprometemos a reforçar a solidariedade e as convergências entre nossas lutas, campanhas, construções de alternativas e alianças.

No dia 26 de janeiro movimentos sociais e povos de todos os cantos do mundo saem às ruas na luta contra o neoliberalismo, o imperialismo, a guerra, o colonialismo, o racismo, o patriarcado e todas as formas de opressão.

Mais de 60 países e mil organizações estão realizando atividades neste dia. No Brasil,acontecem manifestações em diversas capitais, entre elas Porto Alegre, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belém, Natal, Sergipe e Recife.

Façamos já um outro mundo!

Por que um Dia de Mobilização e Ação Global?

Desde o levante zapatista, em 1994, e as manifestações de Seattle, em 1999, surge uma aliança mundial de movimentos contra a globalização neoliberal, a guerra, o patriarcado, o racismo, o colonialismo e os desastres ambientais. Esse movimento atingiu seu apogeu em 15 de fevereiro de 2003, com a grande manifestação mundial contra a invasão do Iraque pelos Estados Unidos.

Nos últimos anos, esses movimentos cresceram enormemente, mais enraizados na lutas nacionais e realidades locais. Em todos os cantos do planeta, mobilizações surgem em diferentes áreas.

Este é o propósito do Dia de Mobilização e Ação Global em 2008: atuar localmente para mudar globalmente! Dar visibilidade às lutas locais por meio de um dia de ação comum!

Somos milhões de mulheres e homens, organizações, redes, movimentos e sindicatos de todas as partes do planeta,aldeias e regiões, zonas rurais e centros urbanos de todas as idades, povos, culturas e crenças, unidos e unidas pela firme convicção de que OUTRO MUNDO É POSSÍVEL.

Desde 2001, o Fórum Social Mundial (FSM) se tornou o principal espaço no qual todos esses movimentos se encontram e constroem alianças. O FSM é um processo que está vivo nos fóruns locais, nacionais, regionais e temáticos, nas muitas lutas plurais, campanhas, alternativas para umoutro mundo que são desenvolvidas em todo o planeta.

A decisão de que o próximo FSM se realize em 2009, dois anos após o FSM em Nairóbi (Quênia, África), abriu espaço para que uma ampla mobilização global se realize em 2008. A data, 26 de janeiro, foi escolhida como forma de manter o confronto com o Fórum Econômico Mundial, encontro da elite neoliberal que acontece sempre em janeiro em Davos (Suíça) para aprofundar a teoria e a prática da dominação do mundo pelo capital.

Fórum Social Mundial em Porto Alegre

Porto Alegre é a capital do Fórum Social Mundial. Aqui, em 2001, teve início esse processo. Aqui foram realizadas as edições de 2002, 2003 e 2005. E é aqui que queremos o Fórum Social Mundial.

Desde que o FSM saiu de Porto Alegre não vimos empenho dos governos da capital e do Estado em trazer esse importante encontro de volta a sua cidade de origem. É aqui que o FSM nasceu. É a população daqui que já adquiriu a tradição de recepcionar cidadãos do mundo inteiro, trocando experiências de democracia participativa, realizando debates e discutindo temas importantes. O povo gaúcho já absorveu a cultura de preparação e realização do FSM.

É por todas estas questões que os movimentos sociais de todo o Rio Grande iniciam, neste dia 26, uma grande campanha pela volta do FSM a Porto Alegre e convocam todos os gaúchos e gaúchas que acreditam num outro mundo possível a integrarem esta campanha.

CUT-RS – CMS FÓRUM SUL – ABONG – SINTRAJUFE-RS