Marcelo Cavalcante procurou informações sobre Programa de Proteção a Testemunhas

Uma fonte da Polícia Federal e uma da Secretaria de Direitos Humanos revelaram ao blog Diários de Brasília que Marcelo Cavalcante manifestou interesse em ingressar no Programa de Proteção a Testemunhas do Ministério da Justiça. Segundo o jornalista Fábio Schaffner, o ex-assessor do governo Yeda Crusius, encontrado morto no Lago Paranoá, em Brasília, não chegou a formalizar o pedido, mas pediu informações sobre os procedimentos necessários para o ingresso no programa.

Dois dos requisitos principais para ingresso no programa de proteção são os seguintes:

a) Situação de risco. A pessoa deve estar "coagida ou exposta a grave ameaça". Não é necessário que a coação ou ameaça tenham já se consumado, sendo bastante a existência de elementos que demonstrem a probabilidade de que tal possa vir a ocorrer.

b) Relação de causalidade. A situação de risco em que se encontra a pessoa deve decorrer da colaboração por ela prestada a procedimento criminal em que figura como vítima ou testemunha. Pessoas sob ameaça ou coação motivadas por quaisquer outros fatores não comportam ingresso nos programas.

Segundo familiares do ex-assessor tucano, ele estava muito angustiado com um depoimento que deveria prestar ao Ministério Público Federal após o carnaval. Os parentes de Marcelo Cavalcante não acreditam na hipótese de suicídio e decidiram acompanhar mais de perto as investigações da Polícia Civil de Brasília. Análises feitas pela polícia das imagens das câmeras da ponte Juscelino Kubitschek não confirmaram até agora a hipótese de suicídio. Os encarregados da investigação já cogitam a prorrogação do prazo de 30 dias para a conclusão do inquérito.

Quebra de sigilo telefônico

A Polícia Civil do Distrito Federal irá solicitar à Justiça a quebra do sigilo telefônico dos celulares do ex-representante do governo do Estado em Brasília Marcelo Cavalcante. O delegado-adjunto da 10ª DP, Aelio Caracelli, quer descobrir com quem Cavalcante vinha conversando antes de ser encontrado morto no Lago Paranoá.

Em depoimento prestado na sexta-feira, dia 27, a viúva de Cavalcante, Magda Koenigkan, disse que ele recebia ligações misteriosas, se afastava para atendê-las e falava baixinho. Depois, reagia afirmando não pertencer a “este mundo cheio de falcatruas”. Para Caracelli, o rastreamento pode ajudar a descobrir o motivo da morte de Cavalcante.

Na tarde de quinta, dia 26, Marcos Cavalcante, irmão do ex-assessor, depôs durante duas horas. A polícia não divulgou o teor do depoimento, e Marcos evitou a imprensa ao deixar a delegacia. Nos próximos dias, pelo menos 10 pessoas, entre amigos e familiares, serão ouvidas. Caracelli não descarta convocar Magda para um novo interrogatório. O deputado federal Claudio Diaz (PSDB), com quem Cavalcante trabalhava desde que foi exonerado pela governadora Yeda Crusius, também deverá ser chamado a depor.

Fonte: Blog RS Urgente