Estudantes entregam documento solicitando o afastamento da governadora Yeda Crusius

Cerca de 80 estudantes representando 50 entidades de universidades públicas e particulares de todo o Rio Grande do Sul entregaram ao presidente da Assembleia Legislativa nesta quinta-feira (5) documento solicitando o afastamento da governadora Yeda Crusius. O documento, intitulado “Carta à Sociedade Gaúcha” veio acompanhado de uma caixa de remédios tarja preta genérico – “Remédio para o Rio Grande do Sul” – contendo uma passagem de ônibus para São Paulo, no dia 26 de março, ao meio-dia. A passagem, só de ida, está marcada com o acento 45, box 45, da empresa Itapemirim.

O movimento estudantil marcou para esse dia (26/3) o ato estadual lançado, hoje, na Assembleia Legislativa, denominado “Os Caras-Pintada estão de volta! Ella não pode continuar”. Presentes representantes dos DCEs da UFRGS, UFSM, UFPEL, PUC, UCS, Unisc, além de grêmios estudantis e diretórios acadêmicos. Os estudantes anunciaram que irão marcar a semana da morte do estudante Edson Luiz, assassinado em 28 de março de 1968 pela ditadura militar, ao melhor estilo do movimento estudantil.

“Estamos aqui honrando a história de lutas do movimento estudantil”, afirmou Rodolfo Mohl, um dos coordenadores do grupo. “Nosso decisão marca a indignação e revolta daqueles que acham que o tempo da governadora Yeda Crusius acabou. Este é um governo corrupto, as denúncias da CPI do Detran foram a gota d água”, enfatizou. A intenção dos estudantes era entregar o documento ao líder do governo na Casa, deputado Pedro Westphalen (PP), mas o grupo não conseguiu encontrar o parlamentar.

Rebeldia

Com as caras pintadas, lembrando o estilo e forma do movimento estudantil que capitaneou o movimento “Fora Collor”, de impeachment do ex-presidente Collor de Mello, os estudantes cantaram o hino riograndense e as palavras de ordem: “ai, ai, ai, ai, empurra a Yeda que ela cai”.

Ao receber o documento na sala de espera de seu gabinete, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ivar Pavan (PT) destacou o fato de a Casa ser o espaço de livre manifestação de toda a sociedade. Lembrou, também, que as grandes mudanças, ao longo da história, iniciaram a partir da rebeldia dos que não se conformam com a situação. “Esta manifestação é bem vinda neste espaço, espero que esta energia rebelde se espalhe, em busca das bandeiras que vocês defendem”. O presidente da ALRS lembrou que a Casa está organizando uma série de programações para lembrar lutas importantes da sociedade e para assinalar os 45 anos do golpe militar de 1964.

Fonte: Gilmar Eitelwein/Agência da ALERGS