Brigadianos com indicativo de greve, policiais civis, professores e servidores públicos estaduais fazem protesto no dia 1º de dezembro (Terça)

Protesto unificado no dia 1º de dezembro

Dirigentes das entidades representativas da base do serviço público estadual deliberaram, no início da noite de hoje (24), em reunião na sede da Ugeirm, pela realização de um ato unificado de todas as categorias na próxima terça-feira, dia 1º de dezembro. O protesto acontece a partir de 10 horas da manhã na Praça da Matriz, em Porto Alegre. O objetivo comum é a retirada do “pacote de bondades” do governo da Assembleia Legislativa.

“O pacote da Yeda é uma bomba para nossas carreiras. Termina com nossas principais garantias. Acaba com triênios, com as promoções por antiguidade, única forma séria de avanço na carreira. Houve unanimidade de entendimento entre todas as entidades. Não há como aceitar isso, é fim da carreira policial e do servidor público. Precisamos também da força dos aposentados nesse protesto. É preciso retirar esse pacote”, afirma Isaac Ortiz da Ugeirm.

A avaliação conjunta das entidades é de que é preciso pressionar os parlamentares para que a governadora recue no intento de destruir as carreiras do serviço público – existe consenso de que o prejuízo eleitoral em 2010 será a única forma de “sensiblizar” a base aliada de Yeda na Assembleia. Na reunião de hoje, estavam presentes, além da Ugeirm, representantes da área da segurança pública (ASSTBM, Abamf, Amapergs), além do Cpers, Sindicaixa, Sindsepe e Simpe, que integram o Fórum de Servidores Públicos.

Indicativo de greve

Hoje, durante assembleia de praças da Brigada Militar no auditório Dante Barone, os brigadianos aprovaram indicativo de greve e a retirada do “pacote de bondades” da governadora – inclusive o que confere, supostamente, novo piso salarial para soldados de 1ª Classe. A base da BM também aprovou a unificação de ações juntamente com outros segmentos do funcionalismo.

Na semana passada, uma assembleia do Cpers aprovou indicativo de greve. Os professores estão em vigília na Praça da Matriz, que deverá ser reforçada, esta semana, por representantes da BM, Polícia Civil e Susepe. O Conselho de Representantes da Ugeirm aprovou indicativo de greve no dia 16 de outubro.

Não existe, até agora, nenhuma sinalização de reajuste para os agentes policiais. A perspectiva com o pacote, ao contrário, é a supressão de direitos (triênios, promoção por antiguidade, entre outros).

Abismo salarial se aprofunda

O governo, como se sabe, decidiu negociar apenas com os altos salários, aprofundando o abismo que existe dentro do próprio Executivo. Assim excluíram os agentes policiais do reajuste de 24% – afinal, segundo a Asdep, nós tivemos 170% de reajuste nos últimos 12 anos.

Terça-feira (24/11), em mais uma demonstração de “não temos como votar contra reajustes”, a Assembleia aprovou, por unanimidade, o subsídio de 19,9 mil reais para procuradores do Estado a partir de março de 2010. Em novembro do próximo ano, o vencimento inicial da PGE será de 22,1 mil reais. Segundo a agência de notícias da AL/RS, o líder do governo, deputado Pedro Westphalen (PP), parabenizou a categoria [PGE] pela “conquista”, porém ressaltou o projeto é “uma decisão política do governo”. Está certo o líder do governo. Trata-se de uma decisão política do governo privilegiar os altos salários do Executivo.

Também foi possível perceber a grande pressão exercida pelos oficiais superiores da BM. Eles criticam apenas a elevação da alíquota do IPE para a BM, mas querem a aprovação do reajuste de 19,9% para si. Agentes penitenciários, agentes policiais e a esmagadora maioria dos praças estão na mesma situação: o governo não sinaliza a ninguém reajuste linear de vencimentos, mas um pacote que levará, inclusive, à distorção da matriz salarial construída em conjunto no ano de 2004.

Fonte Ugeirm